Correio da Cidadania

Indústria agoniza com juros altos e menos Petrobrás

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Na edição desta sexta-feira (27), os jornais noticiam até 3.500 demissões de metalúrgicos em um único estaleiro (Brasfels). O estaleiro avisa que vai parar obras de quatro sondas para o pré-sal.

 

O próprio governo divulgou estudo recente apontando que diminuição dos investimentos da Petrobrás, de US$ 37,1 bilhões em 2014 para US$ 25 bilhões este ano, deve tirar dois pontos percentuais do PIB e manter o país mergulhado na recessão.

 

Também nesta sexta-feira, no Rio, foi lançado documento que propõe a retomada do emprego, dos investimentos e o fortalecimento do papel do Estado para superação da crise, assinado por senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Lindbergh Farias (PT-RJ), além dos deputados Jandira Feghali (PCdoB) e Paulo Ramos (PSOL-RJ). Além destes, subscrevem o manifesto os economistas Carlos Lessa, Laura Tavares e Marcio Pochmann, entre outros.

 

Nesse contexto, vale observar o horizonte sombrio para a indústria brasileira, já em crise, após décadas de liberalização financeira e com o recente corte das encomendas da Petrobrás. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) o Brasil segue perdendo posições no ranking dos maiores exportadores mundiais de bens manufaturados: era o 29º em 2012, o 30º em 2013 e o 32º em 2014, segundo dados divulgados pela OMC.

 

“Em termos de exportações mundiais de manufaturados, o Brasil trilha uma rota de progressivo encolhimento no cenário mundial. Somando as vendas externas de bens primários às de produtos manufaturados, isto é, considerando-se as exportações totais, o Brasil despencou três posições na passagem de 2013 para 2014, do 22º lugar para o 25º”, contabiliza o instituto, acrescentando que a ultrapassagem se deu por economias muito menores que a brasileira: Suíça, Malásia e Tailândia.

 

Enquanto isso, nossas taxas de juros seguem liderando o ranking mundial, estimulando o rentismo, em detrimento do investimento produtivo. “Em 1985 o preço do investimento do Brasil, equivalente a 0,28 do preço do PIB dos EUA, era um dos menores dentre amplo leque de países selecionados (era o 43º entre 50 países), ficando só um pouco à frente da China e África do Sul. Em 2000, o preço do investimento do Brasil estava em 0,47, ocupando o 37º lugar entre 54 países. O indicador era maior do que o da China, Índia e Rússia e África do Sul, mas inferior ao de todos os integrantes do G7, bem como dos países da Europa Ocidental e Setentrional e outros em desenvolvimento”, compara o Iedi.

 

Em pleno século 21, a situação se agravou. Em 2011, o preço do investimento atingiu 1,27, patamar só superado por sete países (Suíça, Noruega, Austrália, Honduras, Suécia, Costa Rica, Japão). Assim, os países dos BRICS e a quase totalidade dos demais países emergentes, além de muitos países industrializados como EUA, Canadá e boa parte da Europa, incluindo os integrantes europeus do G7, ficaram mais baratos para investir do que o Brasil.

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