Correio da Cidadania

"Se eu pudesse acabaria com o Ibama", afirma Lula

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Segundo nota divulgada no Blog do Noblat, às 14h49 do dia 23 de abril, a frase "se eu pudesse acabaria com o Ibama" foi dita pelo presidente a alguns de seus interlocutores íntimos. O motivo da irritação de Lula com a própria existência do órgão seria o excesso de exigências do Ibama para conceder licenças ambientais, quando o governo tem pressa em aplicar projetos e prioriza os grandes empresários em detrimento das conseqüências que tais empreendimentos possam ter para o meio ambiente.

 

Vários dos projetos que Lula reivindica que saiam logo do papel, porque são compromissos fechados com os grandes empresários do país, são parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dependem das licenças do Ibama, porque podem prejudicar o meio ambiente.

 

Um dos exemplos é a construção de hidrelétricas no rio Madeira, projeto que pode impedir a migração de quatrocentas espécies de peixes. Lula está pressionando o órgão para liberar a licença e chegou a afirmar que "alguns peixes não podem travar o desenvolvimento do país". O rio é o terceiro do mundo em volume de sedimentos transportados e um dos campeões em biodiversidade. Além disso, cerca de 2.500 pessoas que vivem às margens do rio vivem da pesca desses peixes.

 

Há cerca de 100 obras no PAC que dependem de licença ambiental do Ibama, sobre as quais o governo pede pressa na aprovação. No caso das usinas do Madeira, o estudo sobre o impacto ambiental da obra foi considerado incompleto pelo Ibama.

 

Como se vê, o PAC não prejudica apenas os servidores através de uma imposição de dez anos de arrocho salarial. Além de tirar dinheiro dos trabalhadores (nos salários, na saúde, educação, na Previdência, no FGTS, etc) para usar em investimentos de infra-estrutura, tais projetos visam apenas os lucros e ignoram impactos ambientais.

 

Além disso, pelas declarações absurdas de Lula, pela aprovação do Projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas, que esvazia as competências legais do Ibama, e pela pressão do governo para a aprovação sem critérios destes projetos do PAC, fica claro que o governo quer acabar com o Ibama.

 

Esta é mais uma razão para que os servidores públicos federais se unam aos outros trabalhadores do país numa grande mobilização que derrote o PAC em seu conjunto. Uma luta como a que a Condsef propõe, apenas contra os pontos que prejudicam diretamente os servidores, está desde o início fadada à derrota e implica em uma série de outros prejuízos aos trabalhadores e ao país.

 

Fonte: www.sindsef-sp.org.br

 

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