Correio da Cidadania

Polícia despeja sem-terras de fazenda de traficante no Pará

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Na última quinta-feira (30/10), uma ação envolvendo as polícias Civil, Militar e Federal expulsou cerca de 300 famílias organizadas pelo MST, que ocupavam desde agosto a fazenda Nega Madalena, no município de Tucumã, sul do Pará.

 

Segundo Charles Trocate, da coordenação do MST, a fazenda é uma das sete que se encontram sobre a responsabilidade da 5ª Vara da Justiça Federal de Goiás. As fazendas pertenciam aos narcotraficantes Leonardo Mendonça e Fernandinho Beira-Mar.

 

O despejo quebra acordo realizado entre o Juiz Federal de Goiás, o Incra SR 27, em Marabá, e as famílias do acampamento.

 

O acordo rezava que as famílias iriam sair da área pacificamente para que os técnicos do Incra pudessem realizar os trabalhos de identificação e vistoria do imóvel. A reunião firmou ainda que Incra compraria a fazenda em leilão. Barracos e pertences das famílias foram destruídos.

 

O delegado da Polícia Federal pontuou aos que voltassem que sofreriam graves conseqüências. Trocate informa que o mais grave da ação foi o uso da tática da dispersão dos acampados.

 

O circo dos horrores foi arrematado com a pressão das armas apontadas para as famílias, obrigando-as a subirem no caminhão para serem levadas à cidade. Elas foram impedidas de montarem acampamento às margens da estrada que liga a cidade de Tucumã à agrovila do Cuca, distante cerca de 22km da cidade. Agora, os trabalhadores estão num pequeno sítio na cidade de Tucumã. Não houve nenhuma prisão e no momento planejam a reocupação.

 

A direção do MST responsabiliza o governo federal pela violenta ação. Por conseqüência da sua falta de política para reforma agrária, a Justiça Federal rompeu os acordos pré-estabelecidos.

 

Fonte: MST.

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