Correio da Cidadania

Na Feira de Havana, empresários dos EUA repudiam o embargo

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"O repúdio dos 209 empresários estadunidenses, presentes aqui, às restrições impostas por Washington a Cuba é majoritário", assegurou o presidente da empresa cubana importadora de alimentos (Alimport), Pedro Álvarez Borrego, na terceira jornada da 26ª Feira Internacional de Havana, que entregará seus prêmios na noite de 6 de novembro.

 

"As proibições de viagem, de financiamento, de venda e compra, etc., dos Estados Unidos a Cuba prejudicam sensivelmente nosso país, mas também os produtores norte-americanos, que, numa situação especial, de crise econômica, estão perdendo um mercado próximo, potencial comprador e fornecedor de bens e serviços", salientou.

 

"Contudo, a participação empresarial estadunidense na feira cresceu neste ano (110 companhias) e existem possibilidades de se materializarem importantes convênios para Cuba. A Alimport deve assinar, no contexto deste evento, contratos avaliados em US$300 milhões com vários países, como a China, Vietnã, Venezuela, Brasil, Chile e Argentina", sublinhou Álvarez Borrego.

 

Além disso, expressou que, até hoje, o comércio com os EUA é unilateral. Ante uma eventual eliminação destas restrições, que levam mais de quatro décadas vigentes e mais de dez administrações norte-americanas, essas compras poderiam multiplicar-se, ainda que Cuba preserve os sócios tradicionais que tem.

 

"Essa política é obsoleta, realmente já não se pode manter. Cada dia é mais imperiosa nos agricultores, portuários, empresários, transportadores e no próprio povo estadunidense a necessidade de introduzir mudanças e eliminar esse bloqueio".

Prejudicial para todos

 

Jay Brickman, presidente da companhia naval norte-americana Crowley, confirmou ao Granma que existem possibilidades de incrementar os negócios entre Cuba e os Estados Unidos, mas estes são interferidos pelo bloqueio.

 

"O bloqueio prejudica o povo cubano, mas também o norte-americano, porque as exportações significam lucros. Temos problemas de déficit em nosso balanço comercial internacional e uma forma de mudar é exportando mais, sendo que Cuba pode desempenhar um papel muito importante", disse.

Lembrou que, um ano atrás, uma delegação estadunidense visitou a ilha para fazer um estudo do comércio no tema agrícola e concluiu que, de não existirem as restrições impostas pelo bloqueio, facilmente se duplicariam as negociações, cálculo, em sua opinião, "muito conservador".

 

A Crowley foi a primeira companhia naval a transportar cargas dos Estados Unidos para os portos cubanos em dezembro de 2001, e a única, até hoje, que translada contêineres. Desde então, realiza em média 52 viagens anuais.

 

Ao referir-se à possível influência da nova administração estadunidense nas relações comerciais entre ambos os países, Brickman afirmou que "deve constituir para nós uma possibilidade de oportunidades que até agora não temos, pois as licenças sempre foram muito restringidas. Espero ver maior flexibilidade", enfatizou.

 

Publicado originalmente em Pátria Latina.

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