Evo denuncia na OEA agressividade norte-americana contra a Bolívia
- Detalhes
- Andrea
- 21/11/2008
O presidente da Bolívia Evo Morales denunciou nesta quarta (19), ante a Organização de Estados Americanos (OEA), a manipulação política e o silêncio cúmplice mostrado pelo governo norte-americano nas relações com seu país.
Em uma intervenção diante do Conselho Permanente da entidade, o líder do Movimento ao Socialismo (MAS) criticou a Casa Branca por distorcer a situação do confronto ao narcotráfico na nação andina.
"Jamais defendemos a cocaína e atingimos resultados concretos em seu combate, no entanto, nos anunciam sanções como a suspensão das preferências alfandegárias", explicou Morales, que recordou a unilateralidade do mecanismo norte-americano de certificação em termos de drogas.
De acordo com o mandatário, tal medida é uma prova da politização do flagelo, cuja luta deve se desenvolver desde mecanismos regionais e internacionais, não a partir de vinganças por defender uma ideologia diferente.
Morales também fustigou a dupla moral do governo do presidente George W. Bush a respeito da violência desatada na Bolívia por setores radicais da oposição.
"O país mais democrático foi o único membro da OEA que se absteve de repudiar esta atitude, apesar de ter declarado uma campanha contra o terrorismo", sentenciou.
Ao abordar o tema da expulsão da Agência Anti-narcóticos dos Estados Unidos (DEA), o mandatário de origem aymara denunciou os trabalhos de espionagem e ingerência desenvolvidos na nação andina por essa entidade governamental. "A DEA grampeava telefones de dirigentes e ordenava pesquisar contas bancárias de parlamentares", apontou.
Durante seu discurso na sessão protocolar da OEA Morales apresentou o projeto refundador da Bolívia impulsionado por sua gestão, a partir de uma nova Constituição Política do Estado.
"Quase acho aprovada a Carta Magna no referendo constitucional de 25 de janeiro próximo", prognosticou o dirigente do MAS, que solicitou o apoio da OEA e de outros organismos internacionais para implantá-la uma vez ratificada pelo povo.
Fonte: Pátria Latina.