Nicarágua denuncia ameaças e bloqueio imperialista
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- Andrea
- 17/12/2008
O presidente nicaragüense, Daniel Ortega, denunciou ontem (16) medidas de forças aplicadas pelos Estados Unidos e União Européia contra seu país e convocou a unidade latino-americana para que seja fortalecida. "Estão bloqueando Nicarágua, como Cuba, na tentativa de derrubar o governo", alertou em um discurso que concluiu com o aplauso dos mandatários da região.
Ao intervir na I Cúpula da América Latina e o Caribe sobre integração e desenvolvimento, Ortega denunciou uma resolução que a União Européia elabora nestes momentos, com supervisão dos Estados Unidos, e que sanciona Nicarágua por uma suposta violação dos direitos humanos.
Nesta terça-feira, a embaixada de Washington, em Manágua, advertiu que se em 90 dias as autoridades "não resolverem as dúvidas sobre as questionadas eleições municipais", o país perderá definitivamente a ajuda do chamado Desafio do Milênio e poderá enfrentar outras sanções.
"Com esse financiamento, o que os Estados Unidos fazem é abonar a dívida que têm com a Nicarágua", esclareceu Ortega ao citar a Corte Internacional de Justiça. Pelo critério desse alto tribunal, os Estados Unidos estão em obrigados a indenizar a República da Nicarágua por todos os danos ocasionados ao violar o Tratado de Amizade, Comércio e Navegação de 1957.
Em outra parte de sua intervenção, Ortega pediu para que se tenha força suficiente para enfrentar a crise financeira mundial, sobreviver e sair adiante levando em consideração as capacidades e potencialidades da área.
"A integração é uma necessidade para a sobrevivência diante de um mundo onde o modelo imposto pelo capitalismo global está fazendo tentativas de continuar com sua política depredadora em ordem econômica, social e política", disse.
Em uma explanação sobre os resultados do neoliberalismo imposto à Nicarágua desde 1990, sublinhou o crescimento no analfabetismo e as riquezas em poucas mãos, a fome e a corrupção que situa o país, hoje, entre os mais pobres da América Latina, ao lado do Haiti, Honduras, Bolívia e Guiana.
Fonte: Adital.