Trabalhadores já devem se mobilizar para defender seus direitos
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- Andrea
- 18/12/2008
Os trabalhadores já começam a se mobilizar contra a idéia do governo de flexibilizar leis trabalhistas para atenuar os efeitos da crise internacional, conforme noticiou o jornal "O Dia" desta quarta-feira (17/12). O "Informe do Dia" assinala que tal reforma está sendo reprovada pelos sindicatos. A Força Sindical, por exemplo, em nota, classifica a pressão de "oportunista". "Este é o primeiro passo para acabar com as férias, 13º salário, licença-maternidade, auxílio-doença, Fundo de Garantia e outros direitos sociais". A entidade está orientando seus sindicatos filiados a adotar medidas que evitem prejudicar os trabalhadores.
Entre as ações, está a não homologação das rescisões em caso de demissões coletivas e exigência de causas para dispensas individuais. Motivos não faltam para os trabalhadores e lideranças sindicais se preocuparem. A recente declaração do professor de Recursos Humanos e relações trabalhistas da FGV, Sérgio Amad, preocupa.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, disse que a crise financeira e seus efeitos para a economia e o emprego do país tornam o momento oportuno para uma revisão na legislação trabalhista brasileira. "Olha, eu acho que é sempre bem-vinda uma análise, uma revisão da nossa legislação trabalhista, que há muito vem engessando as relações entre capital e trabalho aqui no Brasil. Eu acho viável e o momento é oportuno para fazer essa revisão".
A mobilização dos trabalhadores lembra que desde o início da chamada globalização, ora em crise, uma das recomendações do Consenso de Washington foi a flexibilização das leis trabalhistas, que foi implementada pelos países que aceitaram tais "conselhos", como por exemplo o Brasil.
Resultado: milhões de desempregados, precarização das relações de trabalho, terceirização, aumento assustador do trabalho informal, 60 milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza, entre tantos outros acontecimentos. Mesmo com todo este criminoso "ajuste", a globalização deu na grave crise que estamos assistindo.
Se o país pretende combater a crise e alavancar sua produtividade e desenvolvimento, não é pela precarização das condições de trabalho o caminho mais correto, mas sim o inverso: a valorização dos trabalhadores brasileiros. O contrário resultará um desastre, ou seja, agravamento da crise social, com certeza. Um levantamento feito pela Força Sindical mostra que somente da Vale do Rio Doce, entre empregados diretos e indiretos, 4.700 foram demitidos nos últimos meses.
Fonte: AEPET (Associação dos Engenheiros da Petrobras).