Correio da Cidadania

Tolerante à transgenia, Brasil impulsiona lucros da Monsanto

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A norte-americana Monsanto registrou lucro líquido de US$ 556 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2009, encerrado em 30 de novembro, informou hoje a empresa. O número representa um salto de 117% em relação aos US$ 256 milhões no primeiro trimestre do ano fiscal 2008. O crescimento do lucro foi impulsionado pelo aumento na demanda por produtos da Monsanto na América Latina.

 

As vendas foram impulsionadas pela expressiva demanda brasileira por Roundup e outros herbicidas à base de glifosato. O aumento nas vendas do pesticida colaborou para aumento também nas vendas de sementes de milho, de soja e de produtos geneticamente modificados nos Estados Unidos pela empresa.

 

O presidente e diretor executivo da transnacional, Hugh Grant, aponta que o principal fator para esse salto lucrativo foi a própria demanda dos produtores. Isso porque a produção de muitos já está condicionada às tecnologias impostas pela empresa ao campo brasileiro.

 

Dinheiro fácil

 

A depender do governo brasileiro, a Monsanto poderá ampliar ainda mais o grau de dependência dos produtores brasileiros com a empresa e seu faturamento no país. Um dos incentivos mais preocupantes é a escalada de liberações de sementes transgênicas, que dominou a pauta da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) ao longo do ano de 2008.

 

Das 12 licenças para comercialização de transgênicos concedidas ao longo dos últimos dez anos, 7 ocorreram em 2008. A Monsanto está dentre as empresas que detêm as maiores fatias desse bolo: já possui a liberação comercial de variedades transgênicas de soja, algodão e milho. A ampliação do uso dessas variedades de grãos vendidos pela empresa potencializa a venda do Roundup - também produzido pela Monsanto -, já que tais espécies são geneticamente adaptadas justamente para serem tolerantes ao herbicida. O movimento é simples: quanto maior a quantidade de lavouras transgênicas, maior a quantidade de Roundup vendido.

 

Fonte: MST.

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