Lula chama centrais para debater medidas contra desemprego
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- Andrea
- 16/01/2009
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou os presidentes das principais centrais sindicais para uma reunião no Palácio do Planalto, na próxima segunda-feira (19), às 17 horas. O objetivo da reunião será debater os efeitos da crise econômica e discutir medidas de combate ao desemprego.
Segundo Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), o convite para a reunião foi transmitido aos presidentes das centrais na tarde desta quinta-feira (15) pelo ministro Luiz Dulci, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
O convite de Lula aos sindicalistas ocorre após as centrais anunciaram um Pacto da Ação Sindical para enfrentar os efeitos da crise econômica e após o vazamento de informações do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) que apontam um alto número de demissões no mês de dezembro de 2008 — 600 mil dispensas. O número ultrapassa a média de 300 mil a 400 mil na série histórica do mês.
Lula teria ainda determinado aos ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que elaborassem relatório sobre quais setores estão demitindo mais no país e as causas.
"A crise é motivo de preocupação, mas não pode ser motivo de nenhuma precipitação nem do governo e muito menos dos empresários", disse Lula nesta quinta-feira (15), em Ladário (MS), ao ser questionado sobre decisão das centrais sindicais.
Entre as medidas tomadas pelo governo para minimizar os impactos da crise, o presidente anunciou, ainda, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para estimular a venda de carros e a compra de parte do Banco Votorantim, detentor da maior carteira de carros usados do país, pelo Banco do Brasil.
O presidente reiterou que anunciará outras medidas, ainda neste mês, para estimular o consumo e o crescimento da economia. Na reunião com os sindicalistas, Lula deverá ouvir dois representantes de cada central.
Retirado do Portal Vermelho.
Fonte: Portal CTB.
Santander demite 400; bancários fazem protestos em SP
O Sindicato dos Bancários de São Paulo organizou uma agenda de protestos nesta sexta-feira (16) contra as 400 demissões anunciadas na véspera pelo banco Santander. De acordo com o sindicato, os cortes aconteceram em centros administrativos do Santander e do Real — ambos do Grupo Santander Brasil.
Os bancários manifestantes denunciam a atitude arbitrária do banco, que acumula lucros no Brasil e, em troca, reforça a crise que está elevando os números do desemprego. As demissões acontecem menos de um ano depois de a compra do Banco Real pelo grupo Santander ter sido aprovada pelo Banco Central, em julho de 2008. Com a compra, o Santander avançou no ranking dos maiores bancos em operação no Brasil e, para analistas, influenciou a fusão entre Itaú e Unibanco.
Nos protestos, o sindicato cobra também do governo federal convenção que proíbe dispensas imotivadas em empresas lucrativas. "Não podemos aceitar demissões de empresas que bateram recordes de lucratividade nas últimas décadas", afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, em nota.
Segundo ele, "os bancos não podem dispensar trabalhadores para garantir sua lucratividade. É uma atitude irresponsável que vai ampliar os efeitos da crise no Brasil. O governo precisa agir."
Os protestos
Por volta das 7h30, a calçada da matriz do banco Real, na Avenida Paulista, já era palco de mobilização e conscientização de quem passava pelo local. A população foi alertada do desserviço que o banco está prestando à sociedade brasileira com as demissões após a fusão com o Real.
Em outubro passado, ao visitar o Brasil, o presidente mundial do banco, Emilio Botin afirmou que o processo de integração Santander-Real não era uma reestruturação, mas um projeto de expansão e crescimento. Agora o banco anuncia as demissões. "Como pode haver crescimento com a demissão de bancários?", questiona a diretora do sindicato, Rita Berlofa. "Isso é inadmissível, principalmente num banco com excelentes resultados no Brasil e no mundo. Os trabalhadores brasileiros querem respeito."
Na hora do almoço, foi a vez de o Casa 1 do Santander se transformar no palco dos protestos dos bancários, que se estenderam pelo período da tarde. Além de denunciar a irresponsabilidade social do banco para quem passava na rua, o sindicato procurou os comerciantes da região, em Santo Amaro, para mostrar como toda a sociedade será prejudicada com a dispensa dos 400 bancários.
A entidade também se reuniu com os trabalhadores da concentração, que estão assustados e denunciaram o péssimo clima que tomou conta das dependências do Santander após as demissões. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, participou da mobilização e disse que a postura do Santander, ao demitir 400 trabalhadores, foi um ato de irresponsabilidade não só com a categoria bancária, mas com toda sociedade brasileira.
Retirado do Portal Vermelho, com informações do G1 e do Sindicato dos Bancários de São Paulo.