Correio da Cidadania

Empresários pioram o ProUni

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O último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) revelou que dos 96 cursos de instituições particulares que obtiveram a menor nota possível, a nota um, 76 participam do Programa Universidade para Todos (ProUni). O programa possibilita que as instituições ofereçam bolsas de estudo para alunos de baixa renda. Em contrapartida, o governo permite que estas instituições fiquem livres de alguns impostos.

 

Só em 2007, a estimativa da Receita Federal é que esta renúncia fiscal representou uma quantia em torno de R$ 126 milhões.

 

Para o diretor da rede de cursinhos pré-vestibulares comunitários Educafro, Frei David, o ProUni continua sendo uma conquista do povo pobre. Ele explica que a proposta original, feita pela Educafro, só permitia a entrada, no programa, daquelas faculdades com qualidade acadêmica. Mas, os empresários da educação não deixaram isso acontecer.

 

"A proposta do Prouni era uma. O lobby, o poder das universidades particulares instalado de maneira corrupta dentro da Câmara e do Senado era outra. A norma, dizendo que o governo só poderia desclassificar uma universidade de entrar no Prouni após a segunda avaliação do Enade foi uma imposição do lobby das faculdades particulares para permitir que os deputados do lobby dessem seus votos a favor do governo."

 

Frei David relatou que a implementação do programa saiu de uma árdua luta política, chegando ao ponto de um militante da Educafro ter o braço quebrado por um segurança da Câmara, a mando de um deputado que representava o lobby das universidades particulares.

 

Atualmente, o ProUni possui cerca de 1,7 mil instituições superiores particulares, totalizando cerca de dez mil cursos.

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