Correio da Cidadania

Metalúrgicos do ABC vão às ruas por emprego e salários; carteira assinada tem pior resultado em anos

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Mais de 20 mil metalúrgicos do ABC foram às ruas no município de São Bernardo, em São Paulo, nesta terça-feira (20). Atos foram realizados em frente às empresas Scania, Volkswagen, Mahle Metal Leve. Os trabalhadores fizeram questão de ressaltar que são contrários a qualquer medida que signifique perdas de direitos trabalhistas e redução de salário como ferramenta para combater a crise financeira que agora chega ao Brasil.

Os metalúrgicos alegam que o momento atual apresenta dois projetos de desenvolvimento para o Brasil. O primeiro atende aos trabalhadores, com a manutenção dos direitos trabalhistas, emprego e com a redução dos juros e spreads bancários. Já o segundo atende aos empresários, com a redução da jornada de trabalho, salários e outros direitos.

Segundo o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, a via empresarial para solução da crise é um opção recessiva.

"Na medida em que você tira dinheiro dos trabalhadores, você diminui o consumo, o que diminui a produção, e aí, de fato, você investe num processo recessivo. Esta questão por nós defendida tem a ver com a manutenção do desenvolvimento como fator gerador de emprego e renda. Então para nós qualquer medida que tire dinheiro dos trabalhadores é um tiro no pé das próprias empresas."

Também nesta terça-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) defendeu a flexibilização das relações de trabalho para evitar o aumento das demissões no país. Apenas em dezembro de 2008, foram fechadas mais de 275 mil vagas de emprego no Estado.

Primeiros reflexos

 

O Ministério do Trabalho e Emprego fornece novos dados que atestam os efeitos preocupantes da ação da crise financeira internacional sobre o Brasil. O país registrou em dezembro do ano passado o pior resultado para o emprego com carteira assinada em dez anos. Apenas neste mês foram fechados quase 655 mil postos de trabalho. Somente no estado de São Paulo, 275 mil vagas deixaram de existir em dezembro.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), contando a diferença entre as contratações e demissões em 2008, foram criadas aproximadamente 1,45 milhão de vagas, resultado cerca de 10% abaixo do registrado em 2007.

A indústria registrou o maior número de demissões, fechando 273 mil postos de trabalho. Outro setor afetado foi o de serviços, com 117 mil demissões.

Apesar da crise, o governo ainda espera criar neste ano 1,5 milhão de empregos formais, acima do número registrado em 2008.

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