Vale pratica o capitalismo do século XIX na Amazônia
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- Andrea
- 30/01/2009
A atuação da mineradora Vale na Amazônia foi duramente criticada durante o Fórum Social Carajás, realizado no estado do Pará. Durante o evento, que trouxe ativistas sociais de 30 países para conhecer a destruição da floresta, uma das críticas mais contundentes foi a do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O integrante da coordenação nacional do MST, Charles Trocate, alertou para o caminho que está sendo trilhado na região.
"O capitalismo que a Vale pratica na Amazônia é um capitalismo do século XIX. Não há instrumentos que regulem o desenvolvimento desse modelo. Ou nós construímos um outro patamar civilizatório para essa região em que o povo exerça soberania sobre os seus recursos sociais ou o caminho vai ser barbárie social."
Charles lembrou que a região sul e sudoeste do Pará contava, no século XIX, com 1,5 mil habitantes, residentes na velha Marabá. Cem anos depois já estavam lá 1,5 milhão de pessoas. Perspectivas da própria Vale estimam que a região chegue a 2,5 milhões de habitantes nos próximos anos.
Porém, Charles apontou que a empresa, apesar de atrair tanta gente, é incapaz de absorver toda essa população, gerando um bolsão de pobreza.
Durante o fórum, o prefeito de Parauapebas, Darci José Lermen (PT), reclamou da baixa contribuição fiscal e da alta conta social que a Vale deixa para região. Ele lembrou que a cada tonelada de minério exportada, apenas R$ 40 ficam para o país. Mas, Darci ressaltou que não é contra a empresa. "Amamos tanto a Vale que queremos que ela seja nossa, que seja reestatizada", afirmou.
Retirado da página do MST.
Fonte: Radioagência NP.