Correio da Cidadania

Campanhas mundiais despertam interesse para a situação haitiana

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Decorridos poucos mais de quatro anos da ocupação militar orquestrada pela "missão de paz" da Organização das Nações Unidas, o Haiti é prova concreta da solidariedade altermundista a favor de um povo que busca sua soberania. Para intensificar a luta pela desocupação das tropas da Minustah e pela anulação da dívida externa, o comitê internacional pró-Haiti lançará, em maio deste ano, outra missão de solidariedade internacional.

 

Militante incondicional pela luta dos haitianos e haitianas, o economista Camille Chalmers, também integrante da rede Jubileu Sul, conta que, no lançamento da primeira campanha, com participantes como Adolfo Perez Esquivel, se conseguiu agregar 20 organizações e redes latino-americanas. "Nesta outra missão de solidariedade, que queremos lançar em maio, estou certo que vamos ter mais representatividade. Esperamos pelo menos o dobro, porque é muito importante que as pessoas vejam o que está acontecendo, testemunhem a luta do povo contra o imperialismo, contra as políticas neoliberais", afirmou.

 

Segundo afirma, as campanhas que se realizam em todo o mundo pedindo a retirada das tropas do território haitiano têm surtido muitos efeitos positivos. O assunto passou de um silêncio absoluto para um interesse constante vindo de todos os continentes.

 

Primeiro, as campanhas serviram para se contrapor às campanhas de desinformação e difamação que insistiam em apresentar o Haiti como um país caótico e violento. "Tratava-se de uma campanha para justificar a ocupação militar que nada tem a ver com os índices de violência. Se comparado a alguns países do Caribe e até do continente, o Haiti é muito menos violento", disse.

 

Por conta de toda a conjuntura, os resultados destas campanhas é que o interesse pela ocupação no Haiti tem sido cada vez mais crescente. É preciso agora trabalhar a partir do ponto de vista que o país, assim como muitos da região, tem um potencial que não é utilizado por ser reprimido pela dominação neocolonial "que se instalou desde 1915 e agora acontece sob esta nova forma de invasão que vivemos desde 2004".

 

Aliado a isso, o país luta ainda contra outras dificuldades. Recentemente afetado por quatro furacões sucessivos, o desastre natural foi um golpe muito duro para a população, que teve grande parte da produção agrícola destruída, e que passou a sentir mais o problema da fome, já acentuada pela crise que gerou a alta dos preços dos alimentos entre 2007 e 2008. Hoje, estima-se que 3 milhões de pessoas estejam em situação de insegurança alimentar.

 

"Precisamos de mecanismos especiais para conter isso. Mas o povo continua lutando, resistindo. E continuará sua luta heróica de resistência que começou há séculos e vai seguir até conseguir a vitória", finalizou Camille.

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