Correio da Cidadania

Ato em São Paulo protesta contra postura do governo paulista diante da crise

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Ato público no centro de SP lança a pergunta: o que o governo de São Paulo está fazendo contra a crise?

 

Às 10h30 desta quarta-feira (11), os primeiros manifestantes desfraldavam suas bandeiras e iniciavam mais um ato público em São Paulo, desta vez na Praça do Patriarca, centro da capital.

 

As faixas e adesivos colados no peito deixavam clara a posição da CUT e dos sindicatos comprometidos com o desenvolvimento do Brasil: "a classe trabalhadora não vai pagar pela crise".

 

Passeata no centro

 

"Não negamos a existência da crise, mas a intensidade no Brasil é diferente dos Estados Unidos e da Europa, porque nos últimos seis anos o governo Lula adotou medidas para desenvolver o mercado interno. Agora, existem atores que se aproveitam do momento para tentar impor a agenda negativa, a flexibilização de direitos, a supressão de benefício e a redução de salários", afirmou Sebastião Cardozo, o Tião, presidente da CUT-SP.

 

O dirigente também destacou a omissão da gestão do PSDB em São Paulo, "que se esconde, foge do debate e não sinaliza com medidas para impulsionar a produção".

 

Omissão

 

Secretário de Comunicação da CUT-SP, Daniel Reis, acrescentou que "é possível enfrentar esse período sem demissão, coisa que os governos Serra e Kassab não estão sabendo fazer. Enquanto o governo Lula amplia programas sociais, diminui o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) dos automóveis, aumenta o valor do mínimo e aumenta a oferta de crédito para o mercado, na cidade e no Estado de São Paulo não vemos qualquer ação semelhante", disse, destacando que o governador poderia reduzir tributos como ICMS (Imposto Sobre a Propriedade de Veículo Automotor) e IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor).

 

Ao contrário, o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif, sugeriu a suspensão do contrato de trabalho sem custos para a empresa. "Ambos colaboram com ainda com a recessão ao apostarem na estagnação dos salários dos servidores públicos estaduais e municipais, diminuindo a capacidade de compra dos trabalhadores"

 

Para Adi dos Santos Lima, secretário-geral da CUT-SP, os debates que surgiram a partir da turbulência do mercado financeiro escancararam o real objetivo daqueles que não desejam ver o Estado como indutor do desenvolvimento. "Não podemos aceitar as propostas de redução de salário e retirada de direitos para não cairmos em uma situação de degradação social. Em 2001, se não agíssemos e elegêssemos um governo comprometido com nossa classe, os patrões teriam campo livre para acabar com a carteira assinada, férias e décimo terceiro", comentou.

 

Privatização e mais propostas

 

O Secretário Nacional de Política Sindical da CUT, Vagner Freitas, destacou ainda a atuação da entidade que não se amedrontou diante da dificuldade, ao contrário de outros grupos. "Nossas ações são sempre de ampliar direitos e não de diminuir. Repudiamos centrais sindicais que no primeiro obstáculo entregam aquilo que os trabalhadores conquistaram após árdua luta. A saída é desoneração do mercado interno para aquecer a economia e o investimento na produção", defendeu.

 

Ironicamente, ele ainda convocou os teóricos do neoliberalismo a apresentarem contribuições. "Onde estão os pensadores que repudiavam a atuação do Estado na economia? Quando o mercado regula só há vez para os mais fortes", ressaltou ele, que lembrou o processo de sucateamento das empresas estatais, lançadas ao colo de grupos estrangeiros por meio de privatizações promovidas ao longo de mais de uma década de gestões tucanas no estado de São Paulo.

 

Os sindicatos e a marcha "Muitos patrões chamam os trabalhadores para reduzir salário, não porque a empresa está para fechar, mas porque querem manter o lucro", disse Isaac do Carmo, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Taubaté .

 

"O ramo químico da CUT definiu que não vai fazer acordo e não apóia a precarização. Vamos cobrar dos governos municipal, estadual e federal as demissões que estão acontecendo", sublinhou Nilson Mendes da Silva, diretor executivo do Sindicato dos Químicos de São Paulo.

 

Já Irene Batista, do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo, lembrou que apesar dos estados e municípios baterem recorde de arrecadação, os governos apostam no arrocho salarial. "Um servidor público municipal da maior cidade do país recebe um salário inicial inferior ao mínimo".

 

Um dos destaques da manifestação foi o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, que levou ao ato cruzes representando as demissões no banco Santander. "Os bancos, que ganham muito dinheiro no Brasil, são exemplo de como alguns empresários se aproveitam da crise para demitir. O Santander lucrou quase R$ 3 bilhões em 2008 e ainda assim demitiu 400 bancários. Resolveram cortar custos para tirar dinheiro de nossa sociedade e mandar para a Espanha", criticou Juvandia Leite, Secretária Geral do Sindicato dos Bancários.

 

Por volta do meio-dia, os manifestantes deixaram a praça para caminhar pelas ruas do centro da cidade dialogando com a população. A movimentação terminou na Praça Antonio Prado. Diante da sede do Banco Santander e da Bolsa de Mercadorias e Futuros, os trabalhadores reafirmaram o "sim" ao desenvolvimento com emprego e renda e o "não" à redução de salários e à especulação.

 

Fonte: CUT.

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