Nota do MST esclarecendo invasões de fazendas de Daniel Dantas no Pará
- Detalhes
- Andrea
- 02/03/2009
Diante da repercussão das ocupações de terras ocorridas no estado do Pará nos últimos dias, a Direção Estadual do MST esclarece:
1- Foram feitas duas ocupações no estado: nos município de Xinguara, sul do Pará, no dia 28 de fevereiro, e 1 de março, no município de Marabá, na região sudeste.
2- Cerca de 200 famílias ocuparam a fazenda Espírito Santo, no município de Xinguara e 240 a fazenda Cedro em Marabá. As ocupações permanecem de forma pacífica. As duas fazendas pertencem à Agropecuária Santa Bárbara ligada ao Opportunity e ao sócio-fundador do grupo, Daniel Dantas.
3- O MST reivindica a imediata desapropriação das fazendas que estão em terras públicas vendidas ilegalmente, que devem ser destinadas à Reforma Agrária. As fazendas Espírito Santo e Cedro fazem parte do complexo de mais de 500 mil hectares de terras do Grupo Santa Bárbara adquiridas nos últimos cincos anos na região. São 49 fazendas em 11 municípios.
4- Três são as fazendas do grupo Opportunity ocupadas por famílias ligadas ao MST no Pará - a primeira ocupação do movimento foi a fazenda Maria Bonita, localizada em Eldorado dos Carajás. Cerca de 600 agricultores ligados ao movimento ocuparam a propriedade na manhã do dia 25 de julho de 2008, e lá estão acampados, próximos à fazenda.
5- O MST reafirma que as denúncias feitas pelo grupo Santa Bárbara são infundadas e são formas de criminalizar o movimento perante a sociedade; foices, facões, enxadas, se consideradas armas, já que para os camponeses são instrumentos de trabalho, são muito inferiores em relação às potentes armas em mãos da "Escolta Armada", empresa de segurança contratada pela Agropecuária Santa Barbara para vigiar as fazendas.
6- O MST afirma que crime é ao longo dos anos serem destruídas as áreas de castanhais para dar lugar a pasto, configurando crime ambiental, que ainda possam existir famílias (oligarquistas) com práticas truculentas, latifundiários armados no campo, trabalho escravo e terras públicas sendo vendidas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais.
Direção Estadual do MST-Pará.
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