Marcha pela democracia no Maranhão
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- Andrea
- 23/03/2009
Uma Marcha que começará na terça-feira, 24 de março, está sendo convocada por diversos setores sociais maranhenses, reunidos no Comitê de Defesa da Democracia, entre eles, o Movimento de Moradia Popular, Fetaema, Fetraf, organizações indígenas, entidades quilombolas, articulações do movimento GLBTT, agremiações estudantis e juvenis.
Chamada de Marcha do Povo Maranhense pela Democracia, essa caminhada de 120 quilômetros - do município de Itapecuru-mirim até São Luís – estará constituída de diferentes colunas, cada uma delas representando um movimento em particular, com bandeiras e identidade visual próprias. Porém todas as colunas marcharão com uma única palavra de ordem: a defesa do voto popular e da democracia no nosso Estado.
Um ato público, pela manhã, no município de Itapecuru-mirim, dará início à caminhada. É a primeira vez que uma marcha no Maranhão é convocada em torno de uma reivindicação política de caráter abrangente, como é a defesa do voto popular e da democracia. As iniciativas que houve antes tinham demandas bem concretas: reforma agrária, denuncia da violência no campo etc.
"Desta vez, nossa caminhada não será por uma bandeira de luta específica, será pela garantia da Democracia, pelo respeito ao nosso voto, que significa o respeito à soberania popular na escolha de seus governantes e representantes", explica Jonas Borges, da coordenação do Movimento Sem Terra (MST), uma das organizações que integra o Comitê de Defesa da Democracia no Maranhão.
Percurso
A Marcha pela Democracia tem por objetivo chamar a atenção da opinião pública nacional e internacional para o que está acontecendo no estado. "A cassação do governador Jackson Lago foi um verdadeiro golpe na Democracia. Aqui, quando não ganha eleição, a oligarquia Sarney quer levar no tapetão", explica Luís Carlos Reis, o "Carlito Reis", da União Estadual de Luta por Moradia.
De Itapecuru até São Luís, a Marcha organizará diversas paradas para realizar panfletagens, mobilização e informação da população local e atos públicos. Três deles acontecerão em Santa Rita, Bacabeira e na Estiva, entrada de São Luís, onde a Marcha será recebida pelos movimentos sociais urbanos. Caminhadas vindas de bairros da capital que têm uma história de resistência, como as ocupações por moradia, vão se juntar aos movimentos populares que participam da marcha à medida que a mesma for passando pela cidade.
31 de março: golpe nunca mais
Na capital haverá diversas paradas até chegar ao centro da cidade, onde os participantes da Macha reforçam o ato "Golpe Nunca Mais", que vai relembrar os 45 anos da instalação da ditadura militar no País. O golpe militar foi dado em 31 de março de 1964, sob liderança do general Castelo Branco, para derrubar o presidente João Goulart, do Partido Trabalhista, da Presidência da República. José Sarney foi um dos principais aliados e beneficiários do golpe militar, como vem sendo lembrado em diferentes artigos e denúncias que estão sendo publicados nos jornais de alcance nacional e até na mídia internacional.
Personalidades nacionais estão sendo aguardadas para prestar sua solidariedade aos participantes da caminhada e para participar do ato pela Democracia, que acontece à tarde de 31 de março, na praça Deodoro.
"Vamos ter gente de peso nos apoiando, mas o principal ator desta marcha e deste ato é o povo do Maranhão, que não se curvará à tirania de uma oligarquia que humilha o presidente da República, senadores éticos e que também humilha os maranhenses", assinala o Manifesto do Movimento pela Democracia.
A Marcha pela Democracia será um ponto alto da mobilização do Movimento Balaiada, que vem organizado várias reuniões e atividades contra a cassação do mandato do governador Jackson Lago.
Movimento em Defesa da Democracia no Maranhão.