Correio da Cidadania

Marcha contra a crise reúne 10 mil e reafirma reivindicações populares

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Na manhã desta segunda-feira, São Paulo se deparou com a mais expressiva manifestação contra a crise econômica mundial realizado no ano. Cerca de 10 mil pessoas marcharam da av. Paulista, a partir do MASP e de frente à sede da FIESP, ao centro da cidade, onde as lideranças dos movimentos e entidades participantes fizeram seus discursos para os trabalhadores e estudantes que presenciaram o ato.

 

O eixo das críticas foi a recusa de que os trabalhadores fiquem com o ônus do crash financeiro causado pelo capitalismo irresponsável e de cassino. "Não vamos pagar pela crise e exigimos que o governo Lula faça investimentos sociais. Ele deu 160 bilhões ao mercado, mas cortou 1 bilhão da educação pública. Chega de cortes na educação e de favorecimento aos barões do ensino privado", disse Zé Maria de Almeida, do PSTU.

 

Os manifestantes também expressaram suas exigências através de diversos cânticos, como "Vamos ver, vamos ver, quem decide o salário, o trabalhador unido ou o Fundo Monetário", "ô, a Embraer é do trabalhador", "parou, parou, demitiu, estatizou", "é ou não é, piada de salão, tem dinheiro pra banqueiro, mas pro salário não". A caminhada foi comandada por diversos partidos, entidades e movimentos, todos com baterias e faixas próprias.

 

Com duração de cerca de 4 horas, sendo encerrada por volta das 15:30 (na sequência houve outro ato, de solidariedade ao povo palestino), a manifestação não teve problemas entre seus participantes e o policiamento destacado, bastante numeroso. No caminhão colocado na Praça Ramos, ao lado do Teatro Municipal, diversas lideranças fizeram seus pronunciamentos, como as da Conlutas, UNE, PSTU, CUT, Assembléia Popular, NCST e CGT.

 

"Vamos fazer como em Portugal, onde 200 mil pessoas foram às ruas protestar, como na França, onde a onda de manifestações já é enorme", conclamaram. O ato foi parte do Dia Nacional de Lutas contra a Crise, agendado desde o Fórum Social Mundial deste ano e apenas uma ‘abertura’ da temporada de protestos que promete lotar a agenda das lutas nacionais em 2009.

 

Às portas de mais um abril vermelho, o MST já antecipou: "Nossa única bandeira é a defesa dos direitos, exigindo saúde, educação e reforma agrária. Em abril vamos ocupar quantos latifúndios pudermos para reafirmar e cobrar nossos direitos".

 

As marchas com as mesmas reivindicações se repetiram em outros 17 estados, mas são apenas mais um dos inúmeros focos de insatisfação popular espalhados pelo mundo com o estouro da crise econômica e entrega de seu ônus aos trabalhadores, que já sentem na pela as demissões: só neste ano, o Brasil cortou cerca de 800 mil postos de trabalho.

 

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