Correio da Cidadania

O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro decidiu indicar a suspensão da greve

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O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro decidiu indicar a suspensão da greve, depois de uma negociação com a direção da Petrobras que se estendeu até cerca de 19h30. A proposta final é basicamente a mesma que já havia sido negociado na manhã desta sexta (27).

 

O Sindipetro-RJ denuncia o desrespeito do gerente de Recursos Humanos da Petrobras com a categoria, ao tentar condicionar a entrega da proposta da empresa à sua aceitação na mesa, sem consulta às bases. A Frente Nacional dos Petroleiros considera que essa atitude representa um ataque à autonomia dos sindicatos, das suas diretorias e, sobretudo, das assembléias, que são soberanas. Nesse sentido, Diego Hernandes é reincidente. No ano passado, durante discussão da PLR, já havia utilizado a mesma tática autoritária. A FNP estuda a possibilidade de encaminhar esta denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a outros organismos.

 

Sobre a proposta a ser avaliada nas assembléias, a Petrobras aceitou retirar o parágrafo que se refere "aos excessos da greve", o que abria espaço para possíveis punições, mas não foi explicitado que nenhuma punição será aplicada, tal como propunha a FNP. Esta foi uma das questões que estenderam as negociações por mais algumas horas, embora, desde cedo, a FUP já caminhasse para indicar a aprovação da proposta da empresa às suas bases, inclusive retirando-se da mesa antes da FNP.

 

A posição do Sindipetro-RJ é pela suspensão da greve – indicativo para as bases do TABG e de Angra, que até o momento continuam paradas – mas com manutenção do estado de greve.

 

A avaliação do Sindipetro-RJ é de que a greve foi vitoriosa, com várias conquistas arrancadas na mesa de negociação, graças à forte mobilização da categoria. Hoje haverá assembléias nos turnos, prosseguindo na segunda-feira, nos setores administrativos, para suspensão da greve. Ainda na segunda, a Direção do Sindipetro-RJ se reúne para marcar as assembléias de avaliação da proposta, lembrando que o pagamento da PLR está previsto para 5 de maio de 2009.

 

Fonte: Agência Petroleira de Notícias

 

***

PROPOSTA DA PETROBRÁS (A SER AVALIADA PELA CATEGORIA)

 

A Petrobras encaminha abaixo a proposta construída em mesa de negociação com a FUP e os seis sindicatos, com objetivo de chegar ao entendimento final para assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho – PLR 2008:

 

I - PLR 2008

 

1) Piso de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para os empregados posicionados até o nível 457A e R$ 2.000,00 (dois mil reais) distribuídos de forma igual na tabela, ou 2,15 (duas vírgula quinze) remunerações normais, o que for maior.

 

2) Para efeito de pagamento da PLR 2008 será considerado o nível salarial do empregado vigente em 31/12/2008.

 

3) O valor da PLR 2008, de que trata a presente proposta, será pago aos empregados, exceto os dispensados por justa causa, integralmente aos que estiveram em efetivo exercício durante todo o ano de 2008 e de forma proporcional aos meses trabalhados para os empregados que foram admitidos e/ou desligados da Companhia durante o referido ano.

 

4) Não serão considerados como tempo de efetivo exercício os períodos de afastamentos por doença não ocupacional acima de 3 (três) anos, por acidente de trabalho ou doença ocupacional acima de 4 (quatro) anos e os referentes à licença sem vencimentos durante o ano de 2008, exceto nos casos previstos no parágrafo 2º do artigo 543 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, e nos limites da Lei.

 

5) A companhia se compromete a realizar o pagamento da PLR 2008 em uma única parcela, no dia 05 de maio de 2009, respeitando legislação vigente.

 

II) Empresas do Sistema

 

A companhia se compromete a fazer gestão junto a TRANSPETRO, BR Distribuidora, REFAP, Petroquisa e TBG para que essas empresas encontrem mecanismos visando praticar os mesmos valores da proposta apresentada para Petrobras Controladora.

 

III) Condições de trabalho e SMS

 

Sobre o assunto a companhia se compromete a:

 

· Realizar reunião nacional, no mês abril de 2009, com o SMS do Abastecimento e do E&P, com o objetivo de tratar das questões relativas à segurança e condições de trabalho levantadas pelos sindicatos;

 

· Realizar anualmente a reunião nacional dos presidentes e vice-presidentes das Cipas da Petrobras, preferencialmente no mês de maio;

 

· Realizar ampla campanha corporativa sobre a necessidade do registro, análise e tratamento de todos os acidentes, incidentes e desvios nos sistemas de tratamento de anomalias das áreas e unidades da companhia;

 

· A companhia convidará a FUP e os sindicatos para apresentação e discussão da metodologia das avaliações ambientais e para o acompanhamento, nos locais de trabalho, do processo de medições dos riscos dos ambientes de trabalho e apuração dos resultados;

 

· Discutir em conjunto com os sindicatos a implementação das práticas da política e das diretrizes corporativas do SMS.

 

IV) Garantia de postos de trabalho e restrições

 

· A companhia se compromete que, nas renegociações de seus contratos de prestação de serviços buscando a otimização de custos, orientará as empresas contratadas no sentido da preservação dos postos e condições de trabalho, cumprindo sua função social como sociedade anônima de economia mista.

 

· Também, compromete-se a manter sua política de estrito cumprimento da legislação em vigor, em especial aos direitos fundamentais garantidos no inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, no sentido de continuar a não utilizar qualquer forma de intervenção na eventual contratação de empregados pelas empresas prestadoras de serviços.

 

V) Extra turno feriado

· A companhia propõe que as horas trabalhadas no dia 1º de maio serão consideradas como horas extraordinárias e pagas como tal para os empregados engajados em regimes especiais de trabalho previstos no Acordo Coletivo de Trabalho.

 

VI) Dia de Desembarque

· A companhia reafirma a aplicação do compromisso assumido na carta RH/AMB/RTS 50.224/08 de 21/10/08, item 7 que trata:

"Em relação ao acordo firmado recentemente com o Sindipetro Norte Fluminense, a companhia mantém o compromisso de quando não for possível observar intervalo entre jornadas de trabalho dos empregados em regime de turno nas áreas de confinamento de outras unidades do E&P, garantir a aplicação das condições pactuadas no acordo da Bacia de Campos sobre este tema ".

· O RH do E&P agendará reunião no mês de abril com a FUP visando aprofundar a discussão sobre o assunto em pauta, com a participação do RH Corporativo.

 

VII) PLR Futura

 

§ A companhia reafirma a proposta da construção de indicadores e critérios para a PLR. A Petrobras propõe a construção em quatro etapas consecutivas:

 

1) definição de indicadores;

 

2) estabelecimento de metas para cada indicador;

 

3) definição de regras para o estabelecimento do montante;

 

4) definição de critérios para distribuição do montante.

 

§ Propõe a criação de um grupo, composto por representantes da Petrobras e da FUP, que iniciará a realização dos trabalhos em até 30 (trinta) dias a partir da assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho PLR-2008.

 

§ Como contribuição para o grupo de trabalho será utilizado o material elaborado pela Federação Única dos Petroleiros sobre o assunto.

 

VIII) Interditos Proibitórios

 

· A companhia se compromete a desistir dos interditos proibitórios referentes à greve realizada entre a zero hora do dia 23/03/09 e 24 horas do 27/03/09 condicionada à desistência das ações ajuizadas pelos sindicatos contra a Petrobras neste mesmo período.

 

IX) Dias parados

 

A companhia assegura que os dias parados em função da greve não causarão nenhum reflexo para o empregado e que os descontos serão parcelados em 01 (um) dia por mês.

 

Diego Hernandes/ Gerente Executivo de Recursos Humanos

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