Correio da Cidadania

Verdadeiro interesse nos “piratas” da Somália não é revelado, diz pesquisador

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Nos últimos meses, a imprensa internacional tem noticiado diversas operações de captura dos chamados "piratas" da Somália. Os EUA, o Japão, o Reino Unido e mais nove países europeus estão atuando na costa do país africano para prender os "piratas". Segundo o pesquisador de conflitos no continente africano da organização Casa das Áfricas, Badou Koffi, a imprensa não está revelando os verdadeiros interesses desses países na região.

 

Koffi disse que os países europeus e os EUA querem continuar pescando sem autorização prévia no Golfo de Áden, na costa da Somália, além de utilizar o litoral do país africano para jogar lixo nuclear. Para isso, segundo Koffi, inventaram, como desculpa, que precisariam combater os chamados "piratas", para assim resolver a crise da Somália.

 

"Essa situação ajuda os navios europeus na região para a exploração do mar. Junto ao grupo de navios europeus e empresas tem o exército americano. Então, os piratas são eles."

 

Desde que o governo da Somália entrou em colapso em 1991, nove milhões de somalis passam fome. O povo somali apóia os chamados "piratas", pois, de acordo com Koffi, eles estariam lutando pelos pescadores tradicionais da região.

 

Koffi disse que o uso do termo "pirata" em pleno o século XXI não é adequado. Para ele, a denominação tem como objetivo tratar os grupos da Somália de forma negativa.

 

"Para receber o apoio dos outros países, tem que ter um discurso para desacreditar a luta desses 'rebeldes'. Então, todo mundo passa a ver esses grupos, que para mim são grupos organizados, como terroristas".

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