Correio da Cidadania

Manifestação contra a homofobia será realizada neste sábado em SP

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A comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) realizará, amanhã (20), uma manifestação em resposta aos atos homofóbicos ocorridos na 13ª edição da Parada do Orgulho Gay de São Paulo. A ação, cujo tema será "Homofobia, Basta! Justiça já!", acontecerá a partir das 19h, na avenida Dr. Vieira de Carvalho, na capital paulista.

 

O colorido das bandeiras do movimento LGBT e a alegria das mais de 3 milhões de pessoas que estiveram presentes na Parada Gay paulistana, ocorrida no último domingo (14), não conseguiram esconder a série de agressões sofridas pelos participantes. Ao todo, mais de 53 pessoas ficaram feridas.

 

Os casos que mais chamaram atenção foram a explosão de uma bomba caseira e o espancamento do cozinheiro Marcelo Campos Barros, nas imediações do evento. O rapaz, que tinha 35 anos, não resistiu à violência e morreu na última quarta-feira (17), por causa do traumatismo craniano sofrido pelos golpes.

 

Através de comunicados, a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) manifesta a indignação pelos ocorridos e chama a sociedade a participar do ato no próximo sábado. "Os incidentes de violência revelam a importância de aprimorar as práticas de segurança, garantindo a punibilidade dos envolvidos para desestimular o aparecimento deste tipo de marginais, - sejam eles apenas ladrões ou gangues homofóbicas -, no interior e nas proximidades da Parada.", ressalta.

 

De acordo com Cezar Xavier, coordenador de comunicação da APOGLBT, a manifestação será para cobrar a punição e a investigação policial dos atos. Segundo o coordenador, os policiais não estão empenhados nos esclarecimentos dos casos. "Há algum comportamento omisso da polícia nesse caso", comenta, afirmando que, no caso da bomba, já se sabe de qual prédio ela foi arremessada, mas, até agora, os autores do crime não foram procurados.

 

Além da manifestação, Cezar afirma que o grupo também participará, na próxima quinta-feira (25), de uma reunião com a Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Na pauta, estão os atos violentos e as ações da polícia na Parada.

 

Segundo o coordenador, o movimento LGBT enfrenta não só a violência dos grupos homofóbicos, mas também o preconceito de alguns policiais. "[Há vários relatos de que] a polícia ignorou a denúncia das pessoas que foram agredidas na Parada", denuncia. Para o coordenador, esses casos de violência são realizados para intimidar os participantes da Parada e fazer com que eles abram mão do direito de livre expressão.

 

Segundo nota da APOGLBT, os acontecimentos violentos ocorridos no último domingo não são casos isolados. "As agressões após a Parada de 2009 mostram claramente o quanto é necessário aprovar uma lei que criminalize esses absurdos. Esses casos ganham destaque no dia da Parada, mas acontecem todo dia, sem que autoridades se pronunciem", ressalta.

 

Prova disso são os números divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). De acordo com o ‘Relatório de Assassinatos de Homossexuais no Brasil - 2008,’ somente no ano passado, 190 homossexuais foram assassinados no país. Segundo o relatório, o Brasil foi, no ano passado, o campeão mundial de crimes homofóbicos, seguido por México, com 35 assassinatos; e Estados Unidos, com 25 homicídios.

 

Publicado originalmente em Adital.

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