Correio da Cidadania

MP da Grilagem beneficia poucos posseiros com muita terra na Amazônia

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Os latifundiários foram os maiores beneficiados com a aprovação da Medida Provisória (MP) 458 – conhecida como MP da Grilagem. A avaliação é de organizações sócio-ambientais de todo o Brasil. Dos 67 milhões de hectares de terras regularizadas na Amazônia, 72% ficarão sobre o controle de apenas 7% de posseiros que possuem grandes áreas na região.

 

Apesar de o Ministério Público destacar que há pontos de inconstitucionalidade no texto da Medida, já existe procura para fazer o cadastro que regulariza a posse fundiária. Para o coordenador de políticas da Organização Não-Governamental Greenpeace, Nilo D’Ávila, as determinações da MP 458 devem favorecer a grilagem e o desmatamento da região.

 

"A tendência é que as maiores e melhores propriedades ficam nas mãos de especuladores fundiários e de pessoas que não vivem dessa terra. A porta de especulação imobiliária de terras na Amazônia está escancarada. E o resultado da soma dessas ações que o governo está provocando vai ser igual a desmatamento".

 

A grande parte dos latifundiários chegou ao local durante as décadas de 1970 e 1980, motivados por incentivos dos governos ditatoriais. No discurso dos militares, a ocupação da Amazônia contribuiria para a preservação do território brasileiro. Atualmente, a presença dos grandes posseiros aumenta o desmatamento e provoca conflitos com as populações tradicionais da região.

 

Aline Scarso, São Paulo, da Radioagência NP.

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