Correio da Cidadania

Parecer expõe falhas no estudo de viabilidade ambiental da BR-319

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O Ibama divulgou um parecer técnico sobre o Estudo de Impacto Ambiental (Eia-Rima) da pavimentação da BR-319 – rodovia federal que liga as cidades de Porto Velho (RO) e Manaus (AM). No documento, o Ibama define que o Eia-Rima não reúne as mínimas informações que permitam avaliar se o empreendimento é viável ou não. Ao rejeitar o documento, o Ibama freou o licenciamento para a pavimentação da rodovia.

 

Foram encontrados problemas na metodologia utilizada para o levantamento de dados da região, principalmente sobre a fauna e a projeção do desmatamento. Também foram questionadas as medidas para minimizar os impactos ambientais gerados pela BR.

 

Dentre os danos causados pela pavimentação da rodovia, está o avanço do desmatamento. A agrônoma da ONG Greenpeace, Rachel Carvalho, disse que se o licenciamento fosse concedido, os impactos ambientais seriam desastrosos para o sul do estado do Amazonas.

 

"Estamos falando de uma área extremamente rica em biodiversidade. Nos seis últimos meses, duas novas espécies [animais] foram descritas. Ali você também tem uma grande concentração de povos indígenas, inclusive de povos isolados."

 

Para Rachel, a BR-319 só seria viável em um cenário de forte governança. "Ou seja, em um cenário onde você tenha a presença do Estado, uma fiscalização, onde exista a implementação adequada das unidades de conservação. Sabemos que naquela região o Estado é muito ausente."

 

No parecer técnico, o Ibama solicita ao Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transportes (DNIT) que o estudo seja complementado. Apenas depois disso, o DNIT poderá submeter uma nova versão do estudo para análise do Ibama.

 

Por Desirèe Luíse, Radioagência NP.

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