Correio da Cidadania

Violações aos direitos humanos são crescentes em Honduras

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O Golpe de Estado em Honduras, ocorrido em 28 de junho, tem gerado graves violações aos direitos humanos no país. Isso é o que apresentou o Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh) em informe preliminar divulgado ontem (15).

 

De acordo com o relatório "Violações aos Direitos Humanos Durante o Golpe de Estado em Honduras", o Cofadeh já registrou 1.155 casos de violações dos direitos humanos no país. Dentre os principais abusos, destacam-se: detenções, execuções, lesões, golpes, ameaças e violações à liberdade de expressão e de informação.

 

Segundo o estudo, foram registrados 59 casos de pessoas que foram lesionadas ou golpeadas por militares em virtude da atual situação política no país. Em relação à violação do direito à vida, o relatório destacou o caso de Isis Obed Murillo Mencías, jovem de 19 anos que morreu no último dia 5 de julho. O rapaz foi atingido por um tiro na cabeça quando participava de uma manifestação no aeroporto de Tegucigalpa.

 

A situação no país também é complicada no campo das detenções. De acordo com o relatório, já foram registrados 1.046 casos de detenção em várias regiões de Honduras.

 

A maioria das pessoas foi detida em manifestações e por ocasião do toque de recolher.

 

"Em Tocoa, registram-se mais de 100 detidos durante os toques de recolher, a quem mantinham em uma quadra de futebol que se encontra no interior da delegacia policial departamental No. 2. Entre estes se encontravam jovens, homens, mulheres, crianças e pelo menos uma estrangeira de nacionalidade norte-americana", ilustra.

 

Durante o golpe, nem mesmo os estrangeiros estão livres de ter seus direitos violados. Conforme o Comitê, 28 pessoas de outras nacionalidades já foram detidas, sendo a grande maioria (11) de origem nicaragüense. "Dezenas de estrangeiros têm sido detidos em Honduras sem motivo, só por razões de segurança, sendo os mais afetados os de nacionalidade nicaragüense, devido a uma campanha impulsionada pelo Estado durante o golpe, que promove a xenofobia a cidadãos estrangeiros, especialmente de nacionalidade nicaragüense, venezuelana e salvadorenha", comenta.

 

Outra grande violação que está sendo perpetrada no país é em relação à liberdade de expressão e de informação. "O cenário pós-Golpe tem graves implicações para os direitos humanos: desde o mesmo dia, impediu-se à população o direito à informação ao interromper o circuito elétrico e militarizar as torres de controles e transmissões de diferentes meios de comunicação", relata o informe.

 

Além disso, vários jornalistas foram assassinados e detidos. Outros ainda sofrem com ameaças por denunciarem o golpe e a grave situação que vive o país, como é o caso do jornalista Rigoberto Mendoza, de Tocoa, quem "recebe ameaças porque não aceitou as ordens de não passar notícias dos opositores ao golpe de Estado". O mesmo tem acontecido com emissoras de rádio e televisão, que sofrem com ameaças e interrupções das transmissões.

 

Publicado originalmente em Adital.

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