Correio da Cidadania

Demarcação de terras do povo Kaiowá Guarani continua inexistente

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A luta pela terra do povo indígena Kaiowá Guarani no estado do Mato Grosso do Sul é marcada por entraves com o poder público. Enquanto a demarcação não acontece, a situação dos índios se agrava. Relatórios de violência no campo já apontaram que a falta de terra justifica o alto grau de suicídios deste povo e, mesmo com medidas aprovadas para efetivar a demarcação das terras, nada foi concretizado.

 

O assessor jurídico do Centro Indigenista Missionário (CIMI), Rogério Batalha Rocha, relata a situação dos Kaiowá Guarani.

 

"É o povo onde se registra o maior número de assassinatos no Brasil. 100% de suicídios registrados no país acontecem entre os Kaiowá Guarani. É também o povo que tem o pior índice de terra indígena demarcada no Brasil."

 

Para tentar contornar a situação, foi feito o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em novembro de 2007, cujo um dos objetivos estava na identificação das terras dos Kaiowá Guarani. Rogério diz que a reação ao TAC foi violenta por alguns setores.

 

"Quando foi assinado o TAC e a publicação dos trabalhos, houve uma reação muito racista e violenta por parte dos setores ligados ao agronegócio aqui no estado e apoiados pelo governo. Percebemos que o governo federal cedeu aos apelos desses setores."

 

Conforme prevê o TAC, a publicação dos resultados das pesquisas de identificação das terras indígenas deveria ter acontecido no final do último mês. Os trabalhos, porém, só devem voltar em agosto. Em relação aos resultados, o Cimi não mostra otimismo, acreditando que os sinais se mostram mais favoráveis aos interesses do agronegócio.

 

Ana Maria Amorim, Radioagência NP.

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