Correio da Cidadania

Governo venezuelano se manifesta contra bases militares na Colômbia

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O embaixador da Venezuela em Bogotá, Gustavo Márquez, defendeu hoje (30) a posição de seu país, que rechaçou a instalação de cinco bases militares dos Estados Unidos na Colômbia. Para o governo de Hugo Chávez, o país vizinho destruiu uma possível relação binacional ao justificar, ontem, as bases como uma defesa ao envio de armas venezuelanas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

 

"Ou somos livres e soberanos, ou nos submetemos aos desígnios do império norte-americano, que hoje está debilitado pela crise, e precisamente é quando está mais perigoso porque desenvolve essas ações que comprometem a liberdade e a paz da região", criticou Márquez, como noticiou a TeleSul.

 

O embaixador ainda considerou que as bases militares instaladas em território colombiano não são um "assunto conjuntural, mas estrutural, que afeta a soberania da região". Três bases serão instaladas em setembro: Malambo, no Atlântico; Apiay, no departamento de Meta; e Palanquero, em Cundinamarca. Outras duas estão sendo avaliadas pelos governos colombiano e estadunidense.  

 

Defendendo o caráter regional do problema, Márquez pediu a interferência da União das Nações Sul-americanas (Unasul), do Grupo do Rio, do Mercado Comum do Sul (Mercosul), da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) e da Comunidade Andina das Nações (CAN).

 

Um comunicado do Ministério do Poder Popular para Relações Exteriores, da Venezuela, afirmou hoje que o governo colombiano "aniquilou" os esforços para construir uma relação binacional. As bases militares estadunidenses põem "claramente em perigo a paz e a estabilidade da região", avalia o ministério. "Cada agressão do governo colombiano será respondida com medidas muito firmes", garantiu o comunicado.

 

Ontem, o governo de Álvaro Uribe afirmou que o Estado venezuelano enviou armas às FARC. Segundo a Colômbia, pelo menos três lança-mísseis do país vizinho chegaram às mãos do grupo armado. O governo de Uribe ainda culpou as nações vizinhas, principalmente as com governos de esquerda, pelos 60 anos de guerrilha interna que vive.  

 

A Venezuela revidou ao tratar a alegação como "hipocrisia com a qual atuam as autoridades colombianas". "Por que não exige dos Estados Unidos e Israel explicações de como milhares de armas fabricadas nesses países estão nas mãos dos exércitos guerrilheiros dentro da Colômbia?", revidou.  

 

O vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizales Rengifo, afirmou hoje que a "Colômbia quer justificar o injustificável", segundo informou a TeleSul. "As fontes de abastecimento de armas podem dar-se por diferentes vias", já que "o tráfico de armas é um problema mundial", rebateu.

 

Brasil pede transparência na implantação das bases militares

 

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, pediu ao governo colombiano que mantenha públicas informações sobre o acordo do país com os Estados Unidos. Até agora não foram esclarecidos os detalhes sobre a articulação entre os dois países para a instalação de bases militares na região. As informações são da Pulsar.

 

"Creio pessoalmente que, se existe uma preocupação com relação a um novo acordo militar, por exemplo, da Colômbia [com os Estados Unidos], seria bom que a Colômbia transparentemente diga o que é, para que as pessoas ouçam, vejam e possa haver uma discussão", defendeu Amorim.

 

Fonte: Adital.

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