Telefônica prioriza lucro e culpa seus funcionários pelas queixas à empresa
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- Andrea
- 11/08/2009
Continua suspensa a venda do Speedy, serviço da empresa Telefônica em São Paulo, que dá acesso à internet de banda larga. A Telefônica só poderá voltar a comercializar o produto quando comprovar que o plano de melhoria anunciado impedirá novas panes. Para a Associação dos Engenheiros de Telecomunicações (AET), o plano é genérico e o investimento na melhoria do serviço é pouco, dada a complexidade da rede.
O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, anunciou que R$ 70 milhões serão investidos, o que corresponde a dez dias do faturamento do Speedy. O plano também responsabiliza os funcionários pelo mau atendimento. No entanto, a acumulação de trabalho e os seus baixos salários não foram considerados. O presidente da AET, Ruy Bottesi, acrescenta.
"É uma irresponsabilidade o que está acontecendo com o corpo gerencial da Telefônica. É o caso do diretor geral da empresa, o senhor Luiz Malvino, responsável por um profundo programa de cortes na Telefônica. Depois que ele dispensa as pessoas, os problemas começam acontecer, porque as pessoas têm responsabilidade nas atividades para atender bem a população."
Segundo Bottesi, nos primeiros anos após a privatização, mais de dois mil funcionários foram demitidos por ano. Em comunicado, a empresa afirma que vai atrelar a avaliação dos atendentes "à qualidade do atendimento prestado".
Para Bottesi, a Telefônica prioriza o lucro em detrimento do serviço prestado à população. A empresa é líder de reclamações no Procon. O Ministério Público Estadual de São Paulo exige indenização de R$ 1 bilhão em razão das queixas de telefonia fixa, internet e TV por assinatura.
Por Aline Scarso, Radioagência NP.