Correio da Cidadania

Manifestação unificada contra a crise em São Paulo

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As centrais sindicais, movimentos populares e organizações de estudantes fazem uma grande manifestação contra a crise econômica e as demissões na sexta-feira (14/8), em São Paulo, dentro de uma jornada de lutas nacional organizada por mais de 20 entidades.

 

Na quinta-feira, às 10h, as entidades organizadoras do ato concederam entrevista coletiva à imprensa no Palácio dos Trabalhadores, da Força Sindical, com a participação do integrante da coordenação nacional do MST, João Pedro Stedile.

 

"Os protestos do dia 14 representam um esforço de construir uma jornada nacional de lutas, que possa dar continuidade à mobilização continental do dia 30 de março e, ao mesmo tempo, ajudar no debate sobre as reais conseqüências da crise no Brasil para a classe trabalhadora, permitindo-nos fazer resistência às demissões e à retirada de direitos dos trabalhadores", afirmou Stedile.

 

A concentração para o protesto na sexta-feira começa às 9h, na Praça Osvaldo Cruz. Os trabalhadores do campo e da cidade partem às 10h pela Avenida Paulista até chegar ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), passando pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Petrobrás e Banco Santander.

 

"O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais", diz o manifesto das entidades (leia abaixo).

 

Contexto

 

O MST está fazendo nesta semana uma jornada de lutas para cobrar do governo federal a realização da Reforma Agrária e o fortalecimento dos assentamentos. Cerca de 3000 trabalhadores rurais Sem Terra estão acampados em Brasília, desde segunda-feira.

 

O governo federal cortou 48% do orçamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), por conta dos impactos no país da crise econômica mundial.

 

Na terça-feira, o Movimento realizou protestos em 13 estados, com a ocupação de sedes do Ministério da Fazenda em quatro estados e de superintendências do Incra em três estados. O MST exige o descontingenciamento de R$ 800 milhões do orçamento do Incra para este ano e aplicação na desapropriação e obtenção de terras, além de investimentos no passivo dos assentamentos.

 

A ações também exigem a atualização dos índices de produtividade, intocados desde 1975, e investimentos para o fortalecimento dos assentamentos nas áreas de habitação, infra-estrutura e produção agrícola. Parte significativa das famílias acampadas do MST está à beira de estradas desde 2003 e 45 mil famílias foram assentadas apenas no papel.

 

Informações à imprensa:

11-3361-3866 / 11-9690-3614

 

Abaixo, leia o manifesto da Jornada Nacional Unificada de Lutas

 

NÃO ÀS DEMISSÕES. 

PELA REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS

EM DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS

 

O Brasil vai às ruas no dia 14 de agosto. Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade unidos contra a crise e as demissões, por emprego e melhores salários, pela manutenção dos direitos e pela sua ampliação, pela redução das taxas de juros, na luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e urbana e em defesa dos investimentos em políticas sociais.

 

A crise da especulação e dos monopólios estourou no centro do sistema capitalista mundial, os Estados Unidos da América, e atinge todas as economias.

 

Lá fora - e também no Brasil -, trilhões de dólares estão sendo torrados para cobrir o rombo nas multinacionais, em um poço sem fim. Mesmo assim, o desemprego se alastra, podendo atingir mais de 50 milhões de trabalhadores.

 

No Brasil, a ação nefasta e oportunista das multinacionais do setor automotivo e de empresas como a Vale do Rio Doce, CSN e Embraer, levou à demissão centenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

 

O Governo Federal, que injetou bilhões de reais na economia para salvar os bancos, as montadoras e as empresas de eletrodomésticos (linha branca), tem a obrigação de exigir a garantia de emprego para a classe trabalhadora como contrapartida à ajuda concedida.

 

O povo não é o culpado pela crise. Ela é resultado de um sistema que entra em crise periodicamente e transforma o planeta em uma imensa ciranda financeira, com regras ditadas pelo mercado. Diante do fracasso desta lógica excludente, querem que a classe trabalhadora pague pela crise.

 

A precarização, o arrocho salarial e o desemprego prejudicam os mais pobres. Nas favelas e periferias. É preciso cortar drasticamente os juros, reduzir a jornada de trabalho sem reduzir salários, acelerar a reforma agrária e urbana, ampliar as políticas em habitação, saneamento, educação e saúde, e medidas concretas dos governos para impedir as demissões, garantir o emprego e a renda dos trabalhadores.

 

Com este espírito de unidade e luta, vamos realizar, em todo o país, grandes mobilizações.

 

NÃO ÀS DEMISSÕES!

PELA RATIFICAÇÃO DAS CONVENÇÕES 151 E 158 DA OIT!

REDUÇÃO DOS JUROS!

FIM DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO!

REDUÇÃO DA JORNADA SEM REDUÇÃO DE SALÁRIOS E DIREITOS!

REFORMA AGRÁRIA E URBANA, JÁ! FIM DO

FATOR PREVIDENCIÁRIO!

EM DEFESA DA PETROBRÁS E DAS RIQUEZAS DO PRÉ-SAL!

POR SAÚDE, EDUCAÇÃO E MORADIA!

POR UMA LEGISLAÇÃO QUE PROÍBA AS DEMISSÕES EM MASSA!

PELA CONTINUIDADE DA VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO-MÍNIMO

PELA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL AOS POVOS!

 

ORGANIZADORES

 

CGTB, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, NCST, UGT, INTERSINDICAL, ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CMB, CMP, CMS, CONAM, FDIM, MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, MST, MTL, MTST, MTD, OCLAE, UBES, UBM, UNE, UNEGRO/CONEN, VIA CAMPESINA, CNTE, CIRCULO PALMARINO.

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