Correio da Cidadania

Professores da PUC se manifestam apoio ao MST

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É PRECISO DEFENDER O MST

 

A ocupação da fazenda Santo Henrique e destruição de parte da plantação de laranja pelo MST mais uma vez evidenciaram o impasse da reforma agrária, via assentamento.

 

O ocorrido se deu no dia 28 de setembro, mas a ampla divulgação, campanha dos meios de comunicação e mobilização parlamentar do PSDB e DEM se deram a partir de 7 de outubro, quando a liminar de desocupação já havia se cumprido.

 

Dois problemas envolvem a investida de criminalização do MST: 1) A promessa do governo Lula de modificar os índices que medem a produtividade da propriedade agrária; 2) A CPI pretendida pelo DEM e PSDB, sob a justificativa de que o MST age na ilegalidade, usando dinheiro público. De um lado, pretende-se barrar a mudança do índice e, de outro, eliminar as verbas destinadas às cooperativas dos sem-terra. Certamente, são dois aspectos da luta política no seio do Estado, que não passam de reflexos do choque dos camponeses organizados pelo MST com latifundiários e agroindustriais.

 

A nova CPI é a terceira tentativa da bancada ruralista, orquestrada por Ronaldo Caiado e Kátia Abreu, ambos do DEM, de incriminar o MST e abrir caminho para o colocar na ilegalidade. As condições políticas ainda não permitiram que a oligarquia latifundiária, que hoje congrega a velha burguesia agrária e a moderna burguesia agroindustrial, alcance esse objetivo antidemocrático. Mas se caminha para isso.

 


Lula tem conseguido brecar os movimentos sociais utilizando-se das ilusões características de um governo popular, do assistencialismo e das manobras políticas, apoiadas pelas burocracias sindicais e pelas de movimentos. O que lhe tem dado supremacia sobre a oposição concentrada pelo PSDB e DEM. Eis por que a luta de classe no campo que opõe grandes proprietários e sem-terras se expressa nas divisões burguesas no Estado. De um lado, DEM e PSDB atacam o MST procurando sua criminalização, de outro travam a disputa com o governo, exigindo que este abandone a ambigüidade na questão repressiva aos sem-terra.

 

A grande imprensa, tendo à frente "O Estado de S. Paulo", potencializa a política do DEM e PSDB, constituindo-se em porta-voz partidário. A campanha se dirige a convencer a população de que o MST é formado por quadrilheiros e que os latifundiários e agroindustriais são agentes do progresso econômico-social. Cria-se um clima nacional de condenação político-social do MST para desfechar a repressão.

 

Imagine o delegado encarregado do processo contra os ocupantes da Fazenda Santo Henrique declarar ao "O Estado de S. Paulo" que "foi parado na rua por moradores que querem a punição dos culpados"! O ladrão Paulo Maluf acusa o MST de "horda de bandidos que nada mais fazem do que terrorismo".

 

A Cutrale ocupou terras públicas e as grilou. Desde 2006, tramita na Justiça de Ourinhos uma ação do Incra contra a apropriação da Cutrale da propriedade pertencente à União. Em abril de 2008, o MST invadiu a fazenda denunciando o jogo que se faz na Justiça, que quase como norma dá ganho de causa ao poder econômico.

 

A recente ocupação foi um recurso dos sem-terra para mostrar que a Cutrale continua a explorar as terras da União como se lhe pertencessem.

 

É necessário denunciar a propaganda abusiva contra os camponeses, rechaçar a repressão, combater a criminalização do MST e exigir o fim da vergonhosa CPI.

 

Diretoria da APROPUC (Associação dos Professores da PUC).

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