Sem terras denunciam atentado de jagunços e violência de médico
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- Andrea
- 14/10/2009
Na madrugada de 13 de outubro, as famílias de sem-terra do MLST, acampadas há dois anos na fazenda Buracão, no município do Prata, em Minas Gerais, foram atacadas com tiros por um grupo de jagunços. Os jagunços alojados na sede da fazenda cumpriram as ameaças que vinham fazendo e atiraram em direção às famílias, atingindo um pai de família com três balas.
Levado pelo movimento para o Pronto Socorro do Hospital Municipal da Cidade do Prata (PAM), ao invés de socorro, este trabalhador baleado foi violentamente agredido pelo médico Dr. Jaquene, irmão do mandante que contratou os jagunços.
O MLST ao perceber que o trabalhador ferido a bala, com tiros nas pernas, corria risco de novas agressões, conduziu o mesmo para outro Pronto Socorro do Hospital Escola de Uberlândia, onde recebeu atendimento e alta.
No entendimento do MLST, todos àqueles que são contra a reforma agrária e há muito tempo querem agir com violência contra os sem-terra do Brasil estão promovendo um processo de criminalização dos sem terra, aproveitando a campanha difamatória da mídia contra o MST, para cometer todo tipo de barbaridades contra famílias inteiras de integrantes de movimentos sociais.
Tanto é verdade, que até a Polícia Militar de Minas Gerais, que há muito tempo vem agindo de modo respeitoso com os sem-terras do Triângulo Mineiro, no último dia 12 de outubro deu uma "blitz" em uma procissão de sem-terras que carregava a imagem de Nossa Senhora Aparecida para uma Igreja de Uberlândia/MG, o que é um absurdo. Isso porque aconteceram dezenas de procissões em nossa cidade, mas apenas a procissão dos sem-terra teve seus direitos violados, tanto o da liberdade de expressão, como de ir e vir e principalmente o de liberdade religiosa.
Por tudo isto, conclamamos todos àqueles que são a favor da reforma agrária e contra o latifúndio, que façam vigílias para que a democracia não sofra mais um golpe em nosso país. O Brasil ainda é um país de latifúndios e latifundiários improdutivos, e que sem movimento social a terra nunca será dividida. Informamos que estamos abertos para discutir com todos que são a favor da reforma agrária, novos e melhores métodos para pressionar o INCRA a fazer reforma agrária, mas, por ora, não parece existir outro caminho que não seja a ocupação do latifúndio improdutivo.
Por um Brasil sem violência no campo e sem latifúndio.
Atenciosamente,
Coordenação do MLST.