Assistentes sociais reafirmam posicionamento crítico ao lado dos trabalhadores
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- Andrea
- 11/11/2009
Há 30 anos, em meio à luta pela redemocratização do país, os assistentes sociais definiam seu posicionamento ao lado da classe trabalhadora ao destituírem os representantes da ditadura militar e elegerem representantes sindicais para a mesa do III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais.
Desde então, a categoria tem lutado para se distanciar de seu passado conservador, ligado à benemerência e à caridade, e travado uma luta diária para a conquista e garantia de direitos.
Por isso, o Conselho Federal de Assistentes Sociais em parceria com o Conselho Regional de Serviço Social organiza o Seminário ‘30 Anos do Congresso da Virada’, em que afirmam "começaríamos tudo outra vez se preciso fosse", para cerca de três mil pessoas no Anhembi, em São Paulo, nos dias 16 e 17 de novembro.
Desde a realização do III CBAS, a categoria tem redigido códigos de ética de compromisso com a construção de uma nova sociedade radicalmente democrática e igualitária, cobrando o compromisso dos profissionais neste sentido. Mas ainda tem muito a fazer para transformar a imagem da profissão, muito estigmatizada por ser "trabalho de mulher".
Neste anos, os assistentes sociais têm obtido vitórias importantes, como a implementação, mesmo que parcial, do Sistema Único de Assistência Social em todo o país, mas avaliam que ainda é preciso muito para garantir direitos à população, tanto no que diz respeito à assistência social como nas demais áreas de atuação, como habitação, saúde etc.
Os profissionais têm se colocado de forma radicalmente crítica em relação às limitações de programas como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que garante aposentadoria àqueles que não contribuíram para o Instituto da Previdência e pessoas com deficiência, mas apenas para aquelas cuja renda familiar não supera um quarto de salário mínimo. E não abrem mão do entendimento de que a assistência é parte da Seguridade Social, que inclui saúde e previdência, que vêm sofrendo ataques duros, de forma que há um desajuste na atual política.
Os assistentes sociais, que à época do III CBAS se negaram a cumprir deliberação governamental de retirarem a população pobre de áreas ocupadas, apontam as falhas no programa Minha Casa, Minha Vida, como o baixo investimento para famílias que não podem pagar financiamento e a falta de qualidade mínima nos projetos habitacionais.
No Estado de São Paulo, os assistentes sociais por meio do Conselho Regional se posicionoram claramente contra a terceirização do SUS promovida pelo Governo Estadual e participou de atividades em todo o estado da Caravana em Defesa do SUS.
Na comemoração destes 30 anos do chamado Congresso da Virada, o Conselho Federal de Serviço Social e o Conselho Regional de Serviço Social mostram que mantêm a mesma combatividade e que a luta por direitos segue como algo central para a categoria.
Seminário 30 Anos do Congresso da Virada
Dias 16 e 17 de novembro. A partir das 9hs da manhã
Anhembi – São Paulo
Mais informações em: http://www.cfess.org.br/virada.html
Contato para imprensa:
Marina Pita
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Telefone: 11-7635-7871