Correio da Cidadania

Incra e ouvidoria agrária negligentes permitem mais dois brutais assassinatos em RO

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No dia 9 de dezembro, por volta das 14 horas, dois coordenadores da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) de Rondônia foram seqüestrados por pistoleiros, na estrada que liga o acampamento Rio Alto à cidade de Buritis. Elcio Machado, conhecido como Sabiá, e Gilson Gonçalves foram torturados, tiveram suas unhas e pedaços de pele arrancados e em seguida assassinados. Na manhã do mesmo dia, outros dois camponeses foram perseguidos na mesma estrada.

 

O acampamento Rio Alto está localizado nas terras destinadas ao Projeto de Assentamento Rio Alto, que com conivência de funcionários do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi grilada pelo latifundiário Dilson Caldato. O fazendeiro já negociou mais de R$ 1,5 milhão de madeira de manejo falsos, com o vice-prefeito de Buritis.

 

Desde o ano passado, mais de 45 famílias estão acampadas na área e resistem contra ataques de milícias armadas, a mando do latifundiário. Em julho do ano passado, camponeses foram seqüestrados, tiveram suas mãos amarradas e foram espancados, em crime praticado por pistoleiros da fazenda e por policiais. Na época, a ouvidora agrária regional Márcia do Nascimento Pereira disse que não se importaria se as famílias fossem mortas pelos jagunços, sendo o ato denunciado às autoridades de Porto Velho, mas nenhuma providência tomada.

 

Em reunião, no dia 3 de dezembro, no Incra de Porto Velho, com a presença do comandante da Polícia Militar de Buritis, servidores do Instituto, o ouvidor agrário Gercino e o latifundiário, foi assinado um documento no qual Gercino alerta que os camponeses serão punidos por supostas ilegalidades e pedindo a atuação da PM para defender a segurança da propriedade. Nesta mesma reunião participaram quatro pistoleiros da fazenda para identificar os coordenadores da LCP. A Comissão Nacional das Ligas de Camponeses Pobres repudia a covarde atitude do Incra e ouvidoria agrária, exige apuração dos fatos e punição de todos responsáveis.

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