Correio da Cidadania

De acordo com entidades que representam produtores em geral, as lavouras de soja transgênica serão responsáveis por 67% da produção nacional na safra 2009/10. Porém, de acordo com a Abrange – entidade de produtores de soja convencional – a produção não deve ser superior a 56%. O Brasil deve plantar mais de 22 milhões de hectares do grão nesta safra.

No mercado, a única empresa que desenvolve a tecnologia da soja transgênica é a multinacional Monsanto. Para o integrante do Greenpeace, Rafael Cruz, este monopólio prejudica os agricultores, que pagam royalties para usarem a semente.

"Esta informação fecha um ciclo de críticas que era sobre o monopólio das sementes. Todo produtor do Rio Grande do Sul tem dificuldades de encontrar semente convencional para plantar nas safras de sojas do estado."

Entidades de produtores gaúchos entraram com ação na justiça questionando a cobrança de royalties. Eles afirmam que, em contratos, a empresa os obriga a plantarem 85% de soja transgênica em suas lavouras. Para Rafael, é comum a Monsanto utilizar práticas para controlar o mercado.

"A própria Monsanto retira a semente convencional do mercado. Já que ela mesma tem a semente convencional, ela empurra os produtores para os transgênicos. O impacto dos transgênicos vai muito além do impacto ambiental, ele é um impacto, sobretudo, sócio-econômico."

Rafael reforça que quando inicia a plantação, o produtor ainda consegue escolher entre o transgênico e o convencional. "No final das contas os transgênicos trazem novos problemas, como o aumento de agrotóxicos – que aumenta o custo no final da safra–, há resistência maior das ervas daninhas e agora o monopólio das sementes. Quem está pondo na ponta do lápis, já esta ficando no convencional."

Por Danilo Augusto, Radioagência NP.