Correio da Cidadania

Ao que tudo indica, está na Colômbia a maior vala comum da história recente da América Latina. De acordo com reportagem de Antonio Albiñana, publicada ontem (26) pelo jornal Público.es, foi encontrado, no povoado de La Macarena, na região de Meta, uma fossa que pode conter até dois mil cadáveres sem identificação.

Segundo revela a reportagem, desde 2005 a vala - localizada atrás do cemitério local de La Macarena - recebe corpos depositados pelo Exército sem a devida identificação. Em declaração ao jornal, o secretário do Comitê Permanente pela Defesa dos Direitos Humanos na Colômbia, Jairo Ramírez, afirmou que na superfície da fossa encontram-se centenas de placas brancas de madeira com datas que vão de 2005 "até hoje".

Apesar de o Exército afirmar que os cadáveres são de guerrilheiros mortos no conflito, moradores próximos da região afirmam que, na verdade, os corpos são de pessoas desaparecidas. Segundo informações da comunidade local, muitos dos milhares de cadáveres encontrados seriam de líderes sociais, defensores comunitários e até mesmo de campesinos.

Mesmo com a gravidade do caso, a Promotoria - conforme publicou Público.es - anunciou que somente realizará investigações em março, após as eleições legislativas e presidenciais. Enquanto isso, na última segunda-feira (25), chegou à Colômbia uma delegação parlamentar espanhola para pesquisar o caso e realizar um relatório para o Congresso e a Eurocâmara.

Esta não é a primeira vez que se encontram valas comuns sem identificação no país. De acordo com a reportagem, até o final do ano passado, os forenses já haviam contado 2.500 cadáveres, dos quais 600 puderam ser identificados e entregues aos familiares.