Israel admite ter usado fósforo branco contra palestinos
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- Andrea
- 04/02/2010
Em documento enviado à Organização das Nações Unidas (ONU), na última sexta-feira (29), o governo de Israel admitiu ter utilizado fósforo branco na ofensiva contra a Faixa de Gaza, em janeiro do ano passado.
O exército israelense reconheceu que a arma química, proibida pelas leis internacionais, foi usada no bombardeio ao bairro de Tel El Hawa, que atingiu o complexo da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), no dia 15 de janeiro de 2009.
Como resultado da investigação, o exército israelense submeteu à punição disciplinar dois oficiais por terem autorizado o uso do fósforo branco. O coronel Ilan Malka e o general-de-brigada Eyal Eisenberg foram investigados e sancionados pelas Forças de Defesa de Israel.
Resposta
O documento do governo israelense enviado à ONU é uma resposta ao relatório Goldstone, redigido pelo jurista sul-africano Richard Goldstone ao lado de uma comissão de investigação da ONU, que acusa Israel de ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade na Faixa de Gaza.
O relatório Goldstone exigia que o governo israelense investigasse a atuação de suas tropas durante a ofensiva à Gaza, entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro de 2009.
O fósforo branco é proibido porque cria uma espécie de "cortina de fumaça", é altamente perigoso quando atinge pessoas, podendo gerar queimaduras profundas. Por isso, o uso do armamento é proibido contra alvos civis, segundo o direito internacional humanitário.
Antes de enviar o documento à ONU, o exército israelense afirmava que o fósforo branco teria sido utilizado apenas para "dificultar a visibilidade das tropas pelo inimigo" e não diretamente contra civis.
No bombardeio à Tel El Hawa, um funcionário da ONU e dois civis ficaram feridos pelo fósforo branco.
Denúncia
No dia 13 de janeiro de 2009, no entanto, em reportagem da Prensa Latina, denunciava-se o uso de fósforo branco por parte do exército israelense. Médicos, vítimas e grupos de direitos humanos em Gaza denunciavam que Israel empregava fósforo branco em seus bombardeios.
Médicos do hospital Al-Shifa, o principal de Gaza, declararam ao canal catariano Al Jazeera que vários dos feridos internados sofreram queimaduras muito profundas nunca antes observadas e que acredita-se terem sido causadas por substâncias controversas como o fósforo branco.
Durante a ofensiva israelense na Faixa de Gaza, cerca de 1300 mil pessoas morreram do lado palestino e 13 do lado israelense.
Fonte: Brasil de Fato.