Correio da Cidadania

Ex-ditador uruguaio é condenado a mais 30 anos de prisão

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A Justiça do Uruguai condenou a mais 30 anos de prisão o ex-ditador Juan María Bordaberry pelo golpe de Estado que liderou em 1973 e por crimes envolvendo o desaparecimento e a morte de pessoas. Bordaberry cumpre prisão domiciliar por outra pena de 30 anos, por ser considerado responsável pela morte de 14 uruguaios desaparecidos durante seu governo.

A advogada Hebe Martínez Burlé, que apresentou a denúncia contra Bordaberry, afirmou que a condenação não acrescenta anos à pena dele, "mas tem um enorme caráter simbólico para o Uruguai".

A juíza Mariana Motta condenou Bordaberry pelo crime de atentar contra a Constituição, dentro do golpe de Estado, e por ter sido co-autor das violações aos direitos humanos ocorridas durante sua gestão.

"Não muda em nada o tempo de reclusão e não é nosso interesse. O tema é que é emblemático para nós, simbólico. Quando se viola a Constituição, quando se dá um golpe de Estado, com o tempo se vai pagar", enfatizou. "É um dos poucos casos de condenação de ditadores no mundo, é significativo", completou.

Nas eleições uruguaias desse ano, o filho de Bordaberry, Pedro Bordaberry, concorreu pelo Partido Colorado e ficou em terceiro lugar, com 16% dos votos. No segundo turno, ele apoiou Luis Alberto Lacalle, do Partido Blanco, que perdeu a disputa pela presidência para José Mujica, da Frente Ampla.

Processo

Bordaberry, que governou Uruguai como presidente constitucional entre 1972 e 1973, e como ditador até 1976, foi processado em 2006. Primeiro esteve em prisão preventiva e, desde 2007, está em reclusão domiciliar por razões de saúde.

Hoje com 81 anos, Bordaberry liderou o golpe de Estado que em 27 de junho de 1973 derrubou o regime constitucional e instaurou a ditadura que duraria até 1985. Em 1976, o regime militar o destituiu e o substituiu pelo então presidente do Conselho de Estado, Alberto Demicheli.

 

Fonte: Opera Mundi.

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