Correio da Cidadania

Primeiro ministro grego anuncia “estado de guerra”

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Após dois dias de reuniões com o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários Ollin Rehn, o primeiro ministro grego e presidente da Internacional Socialista, George Papandreou, anunciou que o país está em estado de guerra para lidar com o aperto econômico. Ele fez o anúncio na reunião do grupo parlamentar do PASOK (partido socialista grego), a qual a imprensa burguesa disse que foi particularmente amarga, com os ânimos exaltados e vários membros do PASOK criticando as medidas de austeridade do primeiro ministro.

 

Em uma declaração anterior à imprensa, alegaram que o Estado não tem dinheiro para mais de uma semana. O significado das trágicas declarações do primeiro ministro pode não ser mais que outro esforço para promover o derrotismo público e o consenso nacional pelas medidas de austeridade.

 

Apesar do que diz a mídia local e internacional, baseadas em pesquisas de opinião pública de empresas com má reputação, a grande maioria dos gregos é totalmente contra os sacrifícios exigidos pelo governo. Uma opinião que circula em Atenas é de que as declarações sobre o "estado de guerra" são na verdade o prelúdio de um "estado de sítio" para suspender os artigos da Constituição que protege o direito à greve e protestos.

 

Enfurecidos com os movimentos agressivos do governo, que está cumprindo o seu programa pré-eleitoral, ADEDY, o sindicato de funcionários públicos anunciou uma greve de quatro horas na próxima segunda, e uma greve de 24 horas para 16 de março. O sindicato está em negociações com o GSEE (o sindicato majoritário no setor privado) para chamar uma outra greve geral em breve.

 

Neste momento, os quiosques de todo o país estão fechados por uma greve de 24 horas, enquanto que os taxistas estiveram em greve de 48 horas em todo o país no início da semana, com manifestações motorizadas em Tessalônica e Atenas. Em Atenas os taxistas formaram uma manifestação de 5 km de comprimento, e os grevistas atacaram alguns policiais que estavam próximos da mobilização.

 

Ontem, o comissário da UE, Olli Rehn, visitou o Ministério do Trabalho pela porta de trás, já que estava acontecendo enfrentamentos entre polícia e manifestantes, que conseguiram destruir as barras de metal do prédio, com o objetivo de arrasa-lo. Enquanto isso, funcionários de repartições fiscais anunciaram outra greve de 48 horas nos dias 8 e 9 de março.

 

A luta trabalhista no pesqueiro egípcio em Michaniona recebeu outro ataque dos patrões, quando ontem 60 quadrilheiros pagos pelos proprietários do barco atacaram as casas dos trabalhadores egípcios, golpeando-os brutalmente.

 

Enquanto isso, na cidade de Yannena, os escritórios do PASOK foram ocupados por anarquistas que protestavam contra a prisão de 11 manifestantes durante a marcha no último sábado em Vironas. Todos os detidos foram libertados hoje, mas um deles não tem permissão de deixar o país.

 

Os professores de escola foram os primeiros a reagir ao novo pacote de medidas de austeridade que foi apresentado oficialmente em 3 de março e acredita-se que incluirá o congelamento de pensões e cortes de salários. Os professores ainda chamaram uma manifestação no Ministério da Fazenda e também convocaram uma passeata de protesto para quinta-feira à tarde, em Atenas. O sindicato dos professores (OLME) também chamou uma manifestação neste ministério em 10 de março e uma greve de 4 horas para 3 e 10 de março. Ao mesmo tempo, o sindicato dos enfermeiros convocou greves e manifestações nos dias 4 e 18 de março.

 

Fonte: Agência de Notícias Anarquistas (ANA).

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