Manifesto pela Refundação de Honduras reforça posicionamento de resistência
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- Andrea
- 18/03/2010
De 12 a 14 deste mês de março, hondurenhos e hondurenhas fortaleceram a luta pela reconstrução de seu país durante o II Encontro Nacional pela Refundação de Honduras. Reunidos em La Esperanza, os militantes da resistência debateram a instalação da Primeira Assembléia Nacional Constituinte Popular e reafirmaram o posicionamento de luta contra a repressão e a situação política ilegal do país.
"Este II Encontro pela Refundação de Honduras esteve caracterizado pela espiritualidade ancestral, a criatividade, o intercâmbio profundo na diversidade e o exercício longo e árduo de instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte Popular e Democrática que expressasse as propostas que são pilares de nosso processo de Refundação do país", assinala o Manifesto pós-encontro.
O documento também exprime as bases principais da luta da resistência e o desejo de grande parte da sociedade hondurenha de refundar o país. Nesse contexto, o manifesto reafirma o não reconhecimento ao governo de Porfirio Lobo, já que o atual presidente foi nomeado sob um golpe de Estado e chegou ao poder com quase nenhum apoio popular, sendo por isso considerado também um golpista.
A resistência assegura ainda que continuará trabalhando pela construção de propostas que vão de encontro ao sistema de domínio neoliberal, patriarcal e racista enraizado há anos em Honduras. As propostas para uma vida digna e justa para todos os cidadãos serão estabelecidas a partir da coleta de opiniões, idéias e experiências da diversidade social que compõe a nação hondurenha e de todos aqueles que fazem uso de seu direito legítimo, que é o exercício do poder popular.
Sobre a instalação da Assembléia Constituinte, principal ponto de pauta do evento, a resistência assevera que não desistirá de sua instalação. "Manifestamos que não renunciaremos ao propósito da instalação da Assembléia Nacional Constituinte Popular e Democrática onde se reconheça e integre a diversidade de pensamentos e de lutas do povo de Honduras".
O manifesto pós-II Encontro também presta solidariedade aos que lutam por terra, justiça, pela defesa das riquezas naturais e por respeito aos direitos humanos. Em especial, são lembrados as organizações do magistério nacional, do sindicato da universidade nacional (SITRAUNAH) e os povos de San Francisco de Opalaca e Nacaome, que lutam contra a construção de represas, assim como os membros do Movimento Campesino Unificado de Aguán (Muca) que reivindicam suas terras.
Ao apoiar a luta dos membros do Muca, que sofrem perseguições paramilitares, policiais e das Forças Armadas, a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) decidiu nomear uma comissão para formular um plano com iniciativas concretas que impulsionem a luta agrária. A Frente de Resistência se colocou inteiramente a disposição dos campesinos e como próximo passo deverá acionar entidades de Direitos Humanos da comunidade internacional para pedir apoio à causa.
Por Natasha Pitts, Adital.