Colunas sociais de jornalões ignoram lançamento de livro histórico
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- Andrea
- 01/04/2010
Li, boquiaberto e indignado, as notas das jornalistas Sonia Racy e Monica Bergamo publicadas no "Estadão" e na "Folha", respectivamente, sobre os lançamentos de três livros organizados pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo na Pinacoteca do Estado no sábado passado. As notas transformam o lançamento tríplice em duplo. Omitem justamente o lançamento mais concorrido, o do livro escrito por mim. E destacam arbitrariamente, com fotos e legendas, o deputado federal José Genoíno como a grande figura presente num misterioso "evento de 1924".
O tal "evento" foi o lançamento do livro de minha autoria sobre a rebelião "tenentista" de 1924. Por esse lançamento passou um grande número de pessoas, famosas ou não, e das mais variadas tendências políticas e faixas etárias. O momento culminante do lançamento foi a inesperada e emocionante homenagem que me foi prestada por lideranças populares e por um grupo de crianças do Parque Bristol e do Jardim São Savério. O deputado José Genoíno compareceu ao lançamento por um gesto de atenção pessoal a mim. Não desempenhou nenhum papel na elaboração do livro, ou nos esforços desenvolvidos para publicá-lo e divulgá-lo. Por que destacar sua presença, ainda mais num vago "evento", que não é explicado?
Acresce que, apesar dos esforços que o deputado José Genoíno e eu temos feito para preservar relações corteses e civilizadas, as divergências de programa, de tática e de método que existem entre nós não diminuíram após o debate que travamos na redação e nas páginas da revista alternativa "Caros Amigos". Ao contrário, essas divergências se aprofundaram depois de tudo que aconteceu com o governo Lula, com o PT e com militantes cearenses do PT próximos do deputado José Genoíno. Por que, então, esse destaque forçado à rápida presença do deputado no lançamento de meu livro?
Ao que eu saiba, as colunistas Sonia Racy e Monica Bergamo não estiveram nos lançamentos. Quem plantou as notas por elas publicadas? Com que propósito?
Sinto-me obrigado a fazer este registro para prevenir mal-entendidos.
Duarte Pacheco Pereira.