Correio da Cidadania

Nova exploração de Serra Pelada gerará lucro a empresa canadense e passivo ambiental

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Sonho de muitos garimpeiros na década de 80, o garimpo de Serra Pelada será reaberto para a exploração no município de Curionópolis, no Pará. A estimativa da Coomigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada) é que existam no local cerca de 50 toneladas de metais preciosos, entre ouro, platina e paládio. Estima-se que tudo vale aproximadamente R$ 3 bilhões.

 

Pelo menos 45 mil garimpeiros da Coomigasp devem trabalhar no local, em uma espécie de associação com a empresa canadense Colossus Minerals Inc., o que resultou na Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM). Na divisão dos lucros, 75% ficam com a empresa canadense e 25% são divididos entre os 45 mil trabalhadores.

 

Essa forma de partilha é questionada pelo Ministério Público de Belém, conforme destaca o promotor de Justiça Raimundo Coelho de Moraes. "Se os trabalhadores vão receber apenas 25% do lucro auferido, descontados inclusive alguns custos, resta muito pouco para distribuir com 45 mil pessoas associadas da Coomigasp. Esse é um fator de insegurança e de risco no futuro. Nós entendemos que não há transparência suficiente para saber se essa divisão da distribuição foi legítima e correta."

A representatividade da Coomigasp é questionada pelo Singasp  (Sindicato dos Garimpeiros de Serra Pelada) que diz que restará aos trabalhadores menos um décimo do lucro obtido.

 

Segundo Moraes, a exploração de Serra Pelada trará novamente mais degradação ambiental e aumentará os problemas sociais de Curionópolis, hoje com sete mil habitantes e sem serviços de energia elétrica, hospital público e água tratada para todos.

 

Aline Scarso, Radioagência NP.

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