Correio da Cidadania

Portadores de HIV protestarão pela falta de medicamento nesta quarta

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Há cinco meses os portadores e portadoras do vírus HIV/Aids estão sofrendo com a falta do medicamento antirretroviral Abacavir em todo o Brasil. Cansados da demora para solucionar o problema, centenas de pessoas vão às ruas, nesta quarta-feira (28), em diversas capitais do país, com o protesto ‘Tolerância Zero’.

 

"A gente não tolera mais a falta de medicamento. Pedimos que o Brasil invista no parque industrial de medicamentos, para que não fique refém das importações", declarou o presidente do Fórum de ONGs/Aids de São Paulo, Rodrigo Pinheiro. Além da falta do Abacavir, em alguns estados também falta o medicamento Lamivudina, outro tipo de antirretroviral.

 

Para ele, a falta do remédio é um problema de logística. "A gente quer cobrar do Ministério da Saúde que trabalhe com estoque estratégico para no mínimo três meses", declarou. Embora o Ministério alegue que já trabalhe no esquema estratégico, Rodrigo garante que não é isso o que vem acontecendo. O Ministério atribui a falta de medicamento a problemas com o fornecedor.

 

Os medicamentos antirretrovirais são fundamentais para impedir a multiplicação do vírus HIV no organismo da pessoa infectada. O coquetel é uma combinação de drogas que evitam o enfraquecimento do sistema imunológico, reduzindo o aparecimento de infecções por doenças oportunistas.

 

Apesar de os usuários do Abacavir terem sido avisados pelo Ministério da Saúde que deveriam substituir o medicamento, muitos não acreditam que a substituição seja eficaz.

 

"A grande maioria das pessoas está substituindo o Abacavir, mas isso pode causar a resistência do vírus, que pode vir a se multiplicar", disse Rodrigo. O antirretroviral Abacavir é usado por pacientes que apresentam forte resistência às demais drogas do coquetel de tratamento anti-Aids.

 

Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Amazonas e Maranhão já confirmaram participação nos protestos. As manifestações devem acontecer nas entradas das Secretarias Estaduais de Saúde. Só em São Paulo são esperadas cerca de 300 pessoas. Em Fortaleza (CE), haverá um ato simbólico durante o Encontro sobre Feminização da Aids.

 

"Fazemos um alerta geral para a população que também sofre com outras patologias, não só as pessoas que convivem com HIV/Aids. O acesso à saúde é um direito de todos", finalizou.

 

Segundo o presidente do Fórum de ONGs/Aids de São Paulo, o último posicionamento do Ministério da Saúde (MS) previu que o medicamento estaria disponível até o final deste mês, mas não especificaram uma data.

 

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