Correio da Cidadania

Camponeses haitianos marcham pela Reforma Agrária

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Sob o lema "Segurança e Soberania Alimentar são as maiores armas para combater a fome no mundo, especialmente no Haiti", centenas de camponeses e camponesas haitianos marcharam pelas ruas do município de Gwomòn, no departamento de Latibonit. A marcha fez parte de uma série de manifestações que se espalharam pelo país no último sábado, 1º de maio, Dia Internacional dos Trabalhadores.


Denunciando os problemas de falta d’água, sementes, ferramentas, educação e assistência médica, os camponeses de Gwomòn exigiram do Estado a realização de "uma verdadeira Reforma Agrária, para que todos os camponeses que trabalham a terra possam encontrar terra para trabalhar".


No debate público que precedeu a marcha, os camponeses lembraram a necessidade de fortalecer a produção nacional de alimentos, que há décadas vem sofrendo a concorrência desleal dos produtos importados. Para tanto, é preciso retirar as terras improdutivas das mãos dos latifundiários e acabar com a exploração dos agiotas.

O tema da reconstrução do país após o terremoto de 12 de janeiro também foi pautado durante as manifestações do Primeiro de Maio. "A reconstrução do país deve começar nas comunidades", era o que podia ser lido em um dos cartazes empunhados durante a marcha em Gwomòn.


Além de maior participação popular no processo de reconstrução, os camponeses denunciaram os ataques à soberania nacional feitos pela MINUSTAH, a tropa de ocupação da ONU no Haiti. "Reconstrução do país e sua refundação sob a ditadura da MINUSTAH? Não!", declarava um cartaz empunhado com fervor por uma das camponesas marchantes.

 

A ocupação militar da ONU, que é comandada pelo exército brasileiro, já dura seis anos e não há previsão para sua retirada.

 

Por Thalles Gomes, Radioagência NP.

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