Correio da Cidadania

Organizações chamam à radicalização das mobilizações no Equador

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Mediante as incessantes repressões do governo de Rafael Correa contra os povos indígenas do Equador, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), a Federação Equatoriana de Indígenas Evangélicos (Feine) e a Federação Nacional de Organizações Campesinas, Indígenas e Negras (Fenocin) chamaram à radicalização da mobilização Plurinacional pela vida, água e soberania alimentar.

 

Cada vez mais estas mobilizações recebem apoio de entidades de dentro do país e a solidariedade de entidades internacionais. Organizações sociais, afro-equatorianos, campesinos, estudantes, grupos de mulheres, defensores dos mangues, operários e trabalhadores estão fortalecendo a luta indígena pelo pleno direito à vida.

 

Durante a Assembléia Plurinacional realizada ontem (6), Conaie, Feine e Fenocin decidiram unificar a atuação das três organizações para tentar modificar o modelo de estado neoliberal e fortalecer cada vez mais a luta pela construção de um verdadeiro estado Plurinacional e intercultural - Sumak Kawsay (Bem Viver). Na ocasião, as organizações chamaram indígenas, campesinos e cidadãos equatorianos à radicalização da mobilização nacional em defesa da vida e da água.

 

Para avançar nas negociações, as organizações indígenas vão exigir o apoio dos congressistas ligados a elas, para que impulsionem a luta por mudanças, pelo respeito e pela defesa das propostas defendidas pelos povos indígenas, campesinos e negros. Com esse apoio pretendem "organizar em nível local, regional e nacional a construção de uma verdadeira agenda legislativa, que tenha como base os direitos consagrados na Constituição e nos instrumentos internacionais".

 

Durante a Assembléia Plurinacional de quinta-feira, também foram denunciadas as detenções, evacuações violentas e agressões físicas ordenados pelo governo contra indígenas, campesinos e afro-equatorianos.

 

Há dois dias, indígenas e campesinos foram para frente da Assembléia Nacional, no centro norte de Quito, a fim de participar da reunião que debatia a Lei de Recursos Hídricos. Os manifestantes foram impedidos de entrar no Legislativo por policiais, que utilizaram bombas de gás lacrimogêneo a fim de impedir a chegada até a porta. O enfrentamento com a Polícia resultou em dois manifestantes mortos.

 

Humberto Cholango, ex-presidente da Confederação Kichwa do Equador (Ecuarunari) condenou as agressões e prisões realizadas nos últimos dias em diferentes partes do país pelo governo de Rafael Correa. Cholango relembrou a situação vexatória e preconceituosa sofrida pelos indígenas ao serem impedidos de entrar em Quito e comparou essa prática com as realizadas nos tempos da colônia e na época neoliberal dos Jamil Mahuad, de Lucio Gutiérrez, quando eram impedidos de entrar em Quito todos que tivessem feições, sobrenome ou roupas indígenas.

 

"O debate de lei de águas é o fiel reflexo de um pacto entre a maioria de Aliança País encabeçada pelo presidente Rafael Correa e os Social Cristãos recauchutados em Madeira de Guerreiros para continuar com a privatização das águas em Guayaquil e favorecer as empresas multinacionais como hidrelétricas privadas, mineiras, de camarão e agroexportadoras e não mudar o monopólio das águas que estão controladas só por 1% dos equatorianos 64% de volume, enquanto 86% de equatorianos acedemos a 13% de volume", denuncia Cholango.

 

Caso Chevron-Texaco

 

Uma carta assinada por seis organizações sociais do Equador e direcionada ao povo, ao presidente equatoriano, ao Procurador, ao Defensor do Povo e ao Presidente da Corte Provincial de Justiça de Sucumbíos pede que seja defendida a soberania e a dignidade do país frente aos "atropelos" da terceira empresa mais poderosa dos Estados Unidos e a nona em nível mundial, a Chevron-Texaco.

 

As organizações relembram que há mais de 16 anos os grupos resistentes amazônicos lutam contra os prejuízos causados pela petroleira e batalham na justiça por uma indenização por danos ambientais. A carta faz um pedido às autoridades do Estado e exige ação para que o caso não caia no esquecimento.

 

Fonte:Adital.

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