Intersindical: “Uma central sindical de ruptura?”
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- Andrea
- 08/06/2010
Havia uma grande expectativa em torno da CONCLAT promovida pelas correntes sindicais e entidades do movimento popular que vêm resistindo aos ataques do capital sobre o conjunto da classe trabalhadora. Promoção das mesmas correntes que vêm fazendo duro enfrentamento político com as Centrais que optaram pelo capital, renegando sua classe, e que se colocaram como "correia de transmissão" do governo Lula. O objetivo desse encontro, que contou com cerca de 4 mil participantes, era a construção de uma nova central sindical, rompendo com os atuais e ultrapassados conceitos e estruturas do velho sindicalismo getulista. O resultado poderá ser conferido na nota abaixo emitida por uma das correntes sindicais promotoras.
Nota da Intersindical sobre o Conclat dos dias 5 e 6 de junho de 2010 em Santos
1- A Intersindical saúda todas as entidades sindicais e movimentos populares que se empenharam em construir o CONCLAT, fazendo inúmeras assembléias com os trabalhadores e trabalhadoras, elegendo delegados e delegadas, fazendo um esforço político e financeiro para a viabilização do Congresso da Classe Trabalhadora (Conclat), na perspectiva de construir um instrumento de luta, uma central para organizar e dar voz a todos os lutadores e lutadoras, organizar e aprofundar o combate ao capital e aos governos neoliberais.
2- Infelizmente, o que não desejávamos aconteceu! Tivemos que interromper o processo de fundação da central. O debate sobre a construção da nova Central (natureza, política e nome) revelou a mais absoluta falta de vontade por parte da maioria da Conlutas em construir uma síntese de opiniões divergentes, optando pelo método, a partir de uma maioria numérica (pequena e eventual) de delegados e delegadas no congresso, de querer impor uma única visão.
3- O setor majoritário, Conlutas, de forma intransigente, impôs uma limitação ao riquíssimo processo de unidade, que culminou, simbolicamente, no debate de nome. A Intersindical e diversos setores sempre deixaram explícito que era preciso construir o NOVO, que não aceitávamos a simples junção de nomes, que era necessário um nome que expressasse uma concepção política classista e independente dos trabalhadores e trabalhadoras; e que neste processo complexo de construção da unidade, o método deveria ser o da construção coletiva, sem exclusão e sem preponderância de qualquer setor.
4- Para nós, e para maioria dos lutadores e lutadoras presentes no Conclat, qualquer nome defendido pelas organizações convocantes seria absolutamente aceito por todos os delegados e delegadas do congresso, exceto um que significa-se a justaposição de apenas duas experiências que, apesar de importantes, têm limitações e que por isso mesmo se esforçaram com outros setores para realizar este congresso e construir a unidade. A construção desta unidade é mais que apenas um ajuntamento de parte das organizações que estão envolvidas hoje.
5- Para nós da Intersindical o processo de formação da Central está em curso. Os impasses que perduram, dizem respeito à concepção de central e de democracia operária e culminou na tentativa de imposição por parte do setor majoritário em aprovar como nome da central "Conlutas-Intersindical", mesmo com a nossa desautorização, expressa em plenário, sobre a utilização do nome da Intersindical na proposta.
6- Reiteramos nossa disposição em construir um instrumento de luta unitário dos(das) militantes combativos(as) que defendem a superação do capitalismo, mas reafirmamos também que não aceitaremos o método da imposição que se expressou no debate sobre o nome Conlutas-Intersindical não possibilitando a unidade e desrespeitando a caminhada e o esforço coletivo de todos os setores presentes nesta construção. Muito menos condiz com a idéia de uma Central que faz uma síntese da rica experiência do processo de reorganização do movimento sindical e popular dos últimos anos e que se abre para incorporar o máximo possível da nossa classe na luta contra a exploração.
7- Nos orgulhamos muito em saber que todos os setores que participaram do Conclat seguem juntos na luta, contra a repressão aos movimentos sociais, contra a retirada de direitos, pelo fim da exploração capitalista e contra os governos que aplicam estas políticas. Conclamamos que cada setor se esforce para superarmos os impasses e concretizar uma organização comum que anime e organize a luta dos trabalhadores e trabalhadoras para que estes possam dar sua contribuição, rumo a construção do socialismo.
Coordenação Nacional da Intersindical