Advogado da Resistência Popular ao golpe de Estado em Honduras é assassinado
- Detalhes
- Andrea
- 21/07/2010
A situação de caos, assassinatos e repressão em Honduras continua. A vítima mais recente foi o advogado Marco Tulio Amaya, da Frente Nacional de Resistência Popular, assassinado nesta manhã (21), na comunidade Ojo de Agua, em El Paraíso. Marco Tulio integrava a Frente de Advogados contra o Golpe de Estado e era defensor dos 56 campesinos do Instituto Nacional Agrário (INA), vítima de perseguição do governo hondurenho.
Em virtude desta situação repressiva que se instalou em Honduras, trinta entidades estadunidenses, entre organizações sociais, internacionais e igrejas, que militam em prol dos direitos humanos, expressaram preocupação a respeito das graves violações dos direitos, através de uma carta enviada ontem (20), ao Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA).
As entidades denunciam que a série de violações de direitos, que tem vitimado os defensores dos direitos humanos, ativistas e até jornalistas durante o governo do atual presidente, Porfirio Lobo Sosa, não vem sendo investigada seriamente.
Elas pedem ao Departamento de Estado que denuncie de forma sistemática e pública as violações que têm acontecido em Honduras e que encoraje o governo hondurenho a aceitar o estabelecimento de um escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos a fim de fortalecer o estado de direito.
Na carta, as entidades pedem também à secretária Hillary Clinton que "condicione o fornecimento de assistência a Honduras à realização de uma investigação imediata destes casos e à adoção de medidas efetivas para assegurar que se ponha fim a estes abusos".
De acordo com dados relatados na carta, a maioria das pessoas ameaçadas, atacadas e assassinadas pertenciam à Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) ou se opunham de algum modo ao Golpe de Estado. O documento alerta ainda que a dirigente feminista Gladis Lanza recebeu ameaça de morte, através de e-mail, no último dia 17.
As organizações fizerem ainda uma lista com nome dos ativistas sociais assassinados, só no período de gestão de Lobo Sosa, entre os quais aparecem: o dirigente sindical Julio Fúnez Benítez; Claudia Maritza Brizuela, filha do sindicalista Pedro Brizuela; Francisco Castillo, Juan Manuel Flores Arguijo, Adalberto Figueroa, Gilberto Alexander Núñez Ochoa, Pedro Antonio Durón Gómez e Vanessa Zepeda Alonzo.
Por Tatiana Felix, Adital.
Com informações do Codeh e Rede Morazánica de Informação.