Resistência hondurenha ultrapassa 1 milhão de assinaturas por declaração soberana
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- Andrea
- 31/08/2010
No domingo (29), a Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP) ultrapassou a marca de um milhão de assinaturas na declaração soberana. O documento pede a instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte e o retorno de Manuel Zelaya, Pe. Andrés Tamayo Cortez e mais 200 pessoas que foram expatriadas após o golpe de Estado militar de 28 de junho de 2009. A marca de um milhão de assinaturas foi assistida e comemorada por dirigentes da Resistência e familiares de Zelaya.
Os membros da FNRP estiveram mobilizados durante todo o dia em Juticalpa, no departamento de Olancho, berço do coordenador geral do Comitê Executivo da Resistência, Manuel Zelaya. As ações na região renderam 75.435 adesões, sendo que agora a declaração soberana conta com 1.019.765 assinaturas. A meta, o recolhimento de 1.250.000 assinaturas, está próxima e deve ser batida em 15 de setembro. A parada seguinte para o recolhimento das adesões será Tegucigalpa, no próximo dia 5.
De acordo com informações repassadas à Rede Morazánica de Informação pelo advogado Rasel Tomé, representante da Comissão para a Coleta de Assinaturas, habitantes de 23 municípios de Olancho estiveram presentes no Colégio Profissional Superação Magisterial de Honduras (Colprosumah) "apesar de terem que atravessar grandes distâncias em meio a uma estrada destruída".
Por este motivo, Rasel definiu o domingo como "um dia histórico para o processo popular revolucionário de transformação pacífica" e relembrou que o sucesso no recolhimento das firmas foi fruto do esforço voluntário "de cada homem e de cada mulher, de cada setor trabalhando conscientemente para a libertação".
Também estiveram presentes na mobilização de domingo dona Hortensia Rosales, mãe de Zelaya, e Carlos, o irmão. Ao ‘El Libertador’, dona Hortensia expressou que se "sente contente com o fato de que a cidadania haja despertado a consciência, ainda há muito que ser feito para refundar a nação. Agora o mais importante é o retorno de ‘Mel’ Zelaya ao país para que lidere a Resistência e que, logo que possível, se instale a Constituinte, para que todos vivamos com dignidade".
A coleta de assinaturas para a declaração soberana teve início em 20 de abril de 2010, durante uma mobilização realizada na região sul de Honduras. Menos de dois meses depois, em 14 de junho, a contagem já acusava mais de 500 mil adesões.
Após o recolhimento das 1.250.000 assinaturas, a Resistência exigirá do Governo de Lobo o retorno, seguro e incondicional, de Manuel Zelaya, o fim do exílio político de cerca de 200 pessoas, entre elas o Pe. Andrés Tamayo Cortez e a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte, instalada com maioria popular para aprovar uma Carta Magna "que garanta os direitos fundamentais, individuais e coletivos, de maneira efetiva e democratize de maneira participativa a vida do país".
Por Natasha Pitts, Adital, com informações da Rede Morazánica de Informações.