Correio da Cidadania

Manifestação chama atenção para ocupações ameaçadas de despejo em Belo Horizonte

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Ocorreu hoje (5) uma nova mobilização em apoio às comunidades ameaçadas de despejo em Belo Horizonte, Minas Gerais. A concentração começou às 16h na Praça Sete de Setembro, no centro da capital mineira, de onde os manifestantes sairam, às 17h, em caminhada rumo à sede da Prefeitura Municipal. A manifestação foi organizada pelo Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH.

 

De acordo com Lacerda Santos, membro da coordenação das ocupações Irmã Dorothy e Camilo Torres, a ação tem o objetivo de sensibilizar a sociedade para a situação das famílias que estão ameaçadas de despejo forçado em Belo Horizonte. Segundo ele, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais já expediu ordem de despejo e a Polícia Militar já tem o mandado de reintegração de posse. "Só não despejaram antes por causa da eleição", afirma.

 

Cerca de oito mil famílias das ocupações Camilo Torres, Irmã Dorothy I e II, localizadas no bairro Barreiro; Dandara, no Céu Azul; e Torres Gêmeas, em Santa Tereza, estão ameaçadas de perder suas casas e ficar sem moradia. Isso porque, de acordo com Santos, não há contrapartida das autoridades. "As famílias não têm para onde ir. Será um despejo em via pública", anuncia.

 

Santos comenta, com base em dados da Fundação João Pinheiro, que Belo Horizonte possui um déficit habitacional de 55 mil famílias e que existem cerca de 70 mil imóveis abandonados na cidade. Segundo ele, a prefeitura possui um programa de habitação, no qual há aproximadamente 15 mil famílias para serem beneficiadas. "A prefeitura já disse que (as pessoas das ocupações) não podem furar fila", comenta.

 

O integrante da coordenação das ocupações revela que a situação fica ainda mais difícil porque não conseguiram discutir sobre o assunto nem com a Prefeitura nem com o Estado. "Estão tratando o despejo como caso de polícia. Dois anos e meio de luta e (as autoridades) se negam a dialogar", denuncia.

 

Para ele, o ideal seria conversar com as autoridades e, juntos, buscarem a melhor solução para todos. Desapropriação, bolsa-moradia, inclusão no programa Minha Casa, Minha Vida e crédito solidário são algumas sugestões apontadas por Santos. "Soluções há várias, o que falta é vontade política", acredita.

 

Solidariedade

 

As famílias das comunidades ameaçadas de despejo não estão sozinhas. O Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações - BH divulgou um manifesto contra as remoções forçadas. O documento, assinado por mais de 60 organizações e movimentos sociais, critica a atual política habitacional da prefeitura e do governo estadual e pede que as autoridades mineiras dialoguem com as famílias das ocupações.

 

"As famílias que vivem nas comunidades Camilo Torres, Irmã Dorothy I, Irmã Dorothy II, Águas Claras, Dandara, Recanto UFMG e Torres Gêmeas exigem respeito e cobram a abertura imediata de mesas de negociação com o Poder Público tendo em vista as inúmeras possibilidades de solução digna do conflito. Caso contrário, estamos diante de um massacre anunciado, pois essas famílias estão dispostas a doarem suas vidas para não abrir mão de sua dignidade", destacam.

 

Para ler o Manifesto na íntegra, acesse: http://www.solidariedadeocupacoesbh.wordpress.com/

 

Por Karol Assunção, Adital.
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