Correio da Cidadania

Ativistas são assassinados nos primeiros meses de governo do sucessor de Uribe

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A situação enfrentada por ativistas na Colômbia foi denunciada na última quinta-feira, em Washington, pelo Grupo Interdisciplinar pelos Direitos Humanos (GIDH) e outras organizações ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O relatório intitulado "As palavras e os atos. Os primeiros 75 dias do Governo de Juan Manuel Santos e a situação dos direitos humanos", exposto durante a sessão, mostrou o continuísmo do governo de Álvaro Uribe.


Baseado em dados da Coordenação Colômbia Europa Estados Unidos (CCEEE, por sua sigla em espanhol), que agrupa mais de 200 organizações pró-direitos humanos, o GIDH denunciou que, em menos de três meses do governo de Manuel Santos, pelo menos 22 ativistas foram mortos. 

Os números podem ser maiores, mas há certeza sobre a morte de cinco ativistas defensores das terras, sete líderes indígenas, uma defensora dos direitos humanos, cinco sindicalistas, duas educadoras comunitárias e dois membros de organizações da comunidade lésbica, gay, bissexual e transexual (LGBT).
 
Neste mesmo período, também foi registrada a morte do jornalista Rodolfo Maya Aricape, correspondente de uma rádio indígena, e do juiz Pedro Elias Ballesteros Rojas, que atuou em julgamentos de assassinatos civis e em casos de paramilitares que construíram crematórios para eliminar os vestígios dos corpos das vítimas.

Outro caso apresentado ontem foi de três garotos assassinados, de acordo com as organizações de direitos humanos, por membros do Batalhão de contraguerrilha nº 45, anexo à Brigada Móvel nº 5 da oitava divisão do Exército.

Além de casos que resultaram na morte das vítimas, o relatório também expõe constantes ameaças e perseguições às organizações defensoras dos direitos humanos atuantes na Colômbia. Detalhadamente são listadas 19 ameaças, oito casos de perseguição, quatro detenções arbitrárias, cinco atentados, um caso de uso excessivo da força, três casos de subtração de informação e três casos de montagens judiciais.

Após a audiência com a CIDH, María Victoria Fallon, do GIDH, explicou que o relatório apresentado à Comissão buscou mostrar que existe "uma continuidade com outra linguagem" entre o governo de Manuel Santos e o de Álvaro Uribe no que se refere à situação dos direitos humanos no país.

Na oportunidade de expor a problemática colombiana, Victoria Fallon pediu a presença da CIDH no país para avaliar a situação colocada e acentuou que as organizações pró-direitos humanos necessitam do apoio da Comissão para dar continuidade ao trabalho.

Reconhecendo parte da situação, a comitiva governamental afirmou que o país passa por problemas relacionados aos direitos humanos, mas ressaltou a redução dos índices de violência durante os dois mandatos de Uribe. Os representantes de Manuel Santos também garantiram que o mandatário está comprometido com a continuidade deste trabalho.

Para mostrar uma contrapartida ao relatório apresentado pelas ONGs, a diretora de Direitos Humanos do Ministério do Interior e Justiça, Paulina Riveros, assegurou que as denúncias serão investigadas imediatamente pelos órgãos competentes. Riveros também afirmou que o país passou por melhoras na proteção de defensores dos direitos humanos.

Por Natasha Pitts, Adital.

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