Correio da Cidadania

Transposição: carta do MST

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Publicamos, abaixo, a carta à sociedade divulgada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra sobre o projeto de transposição do rio São Francisco.

 

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No mês de junho, em nosso V Congresso Nacional, reafirmamos nossa convicção e determinação em lutar sempre contra ações criminosas ao meio ambiente e para defender todas as nascentes, fontes e reservatórios de água doce. Para nós, assim como a terra, a água é um bem da Natureza e pertence à humanidade. Por tudo isto, desde o dia 26 de junho, nos somamos a outros movimentos camponeses, aos ambientalistas, ribeirinhos e indígenas na ocupação das obras da transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó, Pernambuco. Com a ocupação, manifestamos nossa preocupação com o destino do São Francisco e o nosso desejo de discutir um outro modo de gerenciarmos os recursos hídricos e de democratizarmos o acesso água em nosso país.

Queremos discutir um modelo de desenvolvimento para o semi-árido baseado no uso sustentável de seu bioma e no respeito a sua população, não apenas como cenário para obras faraônicas. Questionamos a eficiência de uma obra que vai abranger apenas 6% do semi-árido, sabendo que, segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apenas 5% dos solos deste ecossistema são irrigáveis.

Lutamos para que os interesses do hidro e do agronegócio, juntamente com os interesses da indústria da seca não prevaleçam sobre os povos que historicamente sobrevivem e interagem com o São Francisco, e que justamente por isso, aprenderam a defendê-lo e a lutar por sua revitalização. Por isso, gostaríamos de compartilhar com cada um e cada uma o manifesto desta ocupação, que reproduzimos no texto abaixo.

Boa luta para todos e todas,

Direção Nacional do MST 

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