Correio da Cidadania

Polícia chilena teria grampeado políticos ligados a movimentos

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A revelação de supostas interceptações telefônicas pela polícia tem gerado forte repercussão nos meios políticos do Chile nesta semana. Um ex-militar denunciou na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados que os Carabineros – corporação policial do país – teriam grampeado o telefone de deputados e senadores ligados a movimentos sociais.

 

No seu depoimento, o ex-policial Esteban Infante declarou que os grampos são “frequentes” e que teriam começado “pelo menos desde os tempos do então presidente Ricardo Lagos”, que governou o país entre 2000 e 2006.

 

“Recebemos a informação que a polícia chilena tinha ‘grampeado’ cinco parlamentares por seu envolvimento com os mapuches e com organizações, neste caso, comunistas, socialistas”, disse o ex-policial. Segundo ele, a corporação teria adquirido equipamentos de tecnologia “de última geração” da Alemanha para as operações ilegais.

 

O advogado do ex-policial, Rubén Jerez, explicou que os supostos grampos seriam realizados a partir da Direção de Inteligência de Carabineros do Chile (Dipolcar) e que o Ministério Público “não investigou a situação como deveria”. Segundo ele, o ex-policial também teria denunciado a irregularidade aos promotores de Justiça da nação.

 

Um dos parlamentares que tiveram o telefone grampeado, segundo Infante, foi o deputado do Partido Comunista Hugo Gutiérrez, que considerou as denúncias graves. “É uma denúncia grave e preocupante, que de alguma forma joga 20 anos de democracia no lixo e nos faz recordar os tempos da ditadura”, disse.

 

Gutiérrez pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso, pedido apoiado pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Sergio Ojeda. Em contrapartida, o novo porta-voz do governo do presidente Sebastián Piñera, ministro Andrés Chadwick, disse que as denúncias “devem ser esclarecidas”. Segundo ele, “o governo é o principal interessado no esclarecimento”.

 

Fonte: Sul 21, com informações da BBC Brasil e Opera Mundi.

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