Correio da Cidadania

Belo Monte: protestos contra usina prometem reunir milhares no Brasil e no exterior

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Atos exigirão paralisação da hidrelétrica por altos custos sociais e ambientais, na semana em que o MPF impetrou a 13ª Ação Civil Pública contra Belo Monte, por danos irreversíveis à natureza e conseqüente deslocamento de comunidades indígenas

 

Em uma grande iniciativa autogestionada, cerca de 15 cidades no Brasil promovem, neste sábado, 20 de agosto, protestos contra a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

 

Iniciativa que se apropriou do método de mobilizações via redes sociais, o Ato Nacional em Defesa dos Povos, da Floresta e dos Rios da Amazônia – contra Belo Monte contou com o empenho de inúmeros movimentos e ativistas locais, mas houve uma tentativa de interconexão para dar um caráter unificado ao protesto.

 

Em São Paulo, onde o Movimento Brasil pela Vida nas Florestas já realizou outras três manifestações contra Belo Monte e o novo Código Florestal nos últimos meses, estão sendo esperadas cerca de 4 mil pessoas na Avenida Paulista, entre elas vários grupos indígenas do estado.

 

O protesto também contará com a presença do cacique kayapó Megaron Txucarramãe, que, juntamente com o cacique Raoni Metuktire, tem simbolizado uma resistência de mais de 20 anos contra os projetos de hidrelétricas no rio Xingu. Megaron fará um ato solene e uma fala durante a manifestação, em nome de todas as populações ameaçadas do Xingu.

 

Na capital do estado ameaçado, Belém, a organização liderada pelo Comitê Metropolitano Xingu Vivo para Sempre confirma a participação de mais de 2 mil pessoas, entre elas vários grupos indígenas da região.

 

De acordo com os ativistas, o Ato Nacional contra Belo Monte visa exigir do governo a paralisação de projetos cujos altos custos sociais e ambientais anulam possíveis ganhos, principalmente quando as vantagens beneficiam apenas os grandes setores econômicos ou produtivos, em detrimento das populações da região.

 

Nesta quarta, 17, o Ministério Público Federal no Pará impetrou a 13ª Ação Civil Pública contra Belo Monte, justamente argumentando que a seca de parte do Xingu inevitavelmente causará o deslocamento das populações indígenas locais, o que é vetado pela Constituição.

 

Pelo mundo

 

Além do Brasil, cerca de 20 cidades em 16 países do mundo – entre eles Irã, Turquia, EUA, Noruega, Austrália, Alemanha, Inglaterra, País de Gales - promoverão atos e protestos contra Belo Monte no dia 22, segunda, em frente a embaixadas e consulados brasileiros.

 

Serviço:

 

Ato Nacional em Defesa dos Povos, da Floresta e dos Rios da Amazônia – contra Belo Monte

 

Em São Paulo: 14h30 em frente ao Masp - Avenida Paulista, 1578 - Cerqueira César

 

Para ver outros municípios, locais e horários de protestos, entre no site http://www.xinguvivo.org.br/acao/

 

Mais informações

 

Movimento Brasil pela Vida nas Florestas (ações específicas contra Belo Monte e alterações no Código Florestal Brasileiro) - www.brasilpelasflorestas.com.br

 

Movimento Xingu Vivo para Sempre: www.xinguvivo.org.br

 

Frente de Ação Pró-Xingu (família Kalapalo) - http://frentedeacaopro-xingu.blogspot.com/

 

Comitê São Paulo em Defesa das Florestas – (contra as alterações propostas no Código Florestal Brasileiro) - www.florestafazadiferenca.com.br

 

 

Sobre a solidariedade às lutas dos povos do Xingu


Máquinas pesadas e insensatez do governo federal já sinalizam o tamanho da destruição e morte do Rio Xingu, símbolo da diversidade biológica e cultural brasileira. Sua Bacia é única no planeta: mais da metade de seu território é formada por áreas protegidas. São 27 milhões de hectares de alta prioridade para a conservação da bio e sócio-diversidade, abrigando 31 Terras Indígenas e 15 Unidades de Conservação.

Porém o governo brasileiro está querendo dilapidar esse patrimônio, com a construção das hidrelétricas de Belo Monte, com investimentos de cerca de R$ 30 bilhões de recursos públicos, a expulsão de mais de 50.000 habitantes, a inundação de 668 km² de monumentos fluviais de especial beleza, florestas, ilhas, pedrais e cachoeiras, e a migração de mais de 100.000 pessoas para a região de Altamira.

Apesar da luta incessante do Movimento Xingu Vivo para Sempre, das comunidades indígenas e não-indígenas atingidas, de especialistas de todo país, de movimentos de ambientalistas e defensores de direitos humanos que espontaneamente têm se manifestado nas diversas capitais brasileiras para suspender a obra, o governo federal autorizou o início de sua construção em 1 de junho de 2011, apesar das diversas irregularidades e ilegalidades que marcaram o processo até agora.

 

Essa decisão contraria também a recomendação feita pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da OEA ao governo brasileiro em maio, em prol da suspensão do licenciamento ambiental da hidrelétrica para a realização do processo de consulta livre, prévia e informada dos povos indígenas e a garantia de proteção dos povos indígenas e de seus direitos.



São 30 anos de luta incessante contra as barragens no rio Xingu. É por isso que convocamos e agradecemos imensamente toda a solidariedade nacional e internacional em defesa do Xingu e de suas populações. Talvez essa seja uma das últimas chances para salvar o Xingu. Barrar o Xingu é contaminar, matar as águas, matar florestas, exterminar povos e culturas, é destruir a Amazônia, impedir o futuro da vida no planeta!


Movimento Xingu Vivo para Sempre

 

Website: www.xinguvivo.org.br

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